Agricultor tem exploração bovina em modo biológico

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Jornal A Guarda

Vale das Éguas | Sabugal

Lúcio Canelas, de 42 anos, residente em Vale das Éguas, no concelho do Sabugal, possui uma exploração bovina em modo biológico, onde faz criação de vacas das raças limousine, charolesa cruzada e preta brava. O empresário agrícola contou ao Jornal A GUARDA que iniciou o projecto em 2010 e tem actualmente um total de 45 vacas adultas, 2 bois e 34 bezerros, sendo que vai criar 7 para substituição de vacas. Investiu no projecto um total de 144 mil euros e teve uma comparticipação comunitária de cerca de 30 mil euros e nacional de 10 mil euros. “Foi mesmo começar do zero. Optei por uma exploração em modo biológico porque me disseram que podia ter mais rendimento”, explicou.
Da sua exploração, que ocupa perto de 100 hectares (nos arredores das aldeias de Vale das Éguas e de Rapoula do Côa), estima que já saíram cerca de 70 animais. “Este ano será o melhor de todos, pois prevejo vender mais de 30 animais”, vaticina. As vacas e os bezerros são vendidos “à porta, aos negociantes” ou no leilão do Sabugal. “Os últimos exemplares vendi-os num leilão no Sabugal. No leilão é onde vendo melhor, mas, às vezes, não há vagas, está tudo preenchido. O leilão realiza-se todas as primeiras quintas-feiras do mês, coincide com o mercado do Sabugal, e para o próximo não há vaga e estou em lista de espera”.
Os animais da exploração de Lúcio Canelas são alimentados à base de fenos biológicos recolhidos na região. “Não posso utilizar adubos dos normais nem rações, só produtos biológicos, mas isso encarece os custos da exploração. No entanto, por ser uma exploração em modo biológico, temos mais ajudas”. Ainda assim, o empresário agrícola refere que os animais, sendo criados em modo biológico, deveriam ter “outro reconhecimento no mercado”. “As vacas saem como normais, não saem como sendo criadas em modo biológico, embora eu tenha essa referência nas guias. Penso que não saem para o mercado como sendo animais criados em modo biológico porque não existe um mercado específico”, explicou. A exploração pecuária requer diariamente muita atenção por parte do proprietário. “Normalmente desloco-me todos os dias à exploração e às vezes mais do que uma vez, para alimentar as vacas e para conferir o seu aspecto sanitário e ver se está tudo bem”, disse Lúcio Canelas.
O agricultor não está arrependido de ter concretizado o projecto e garante que, “se fosse hoje, fazia exactamente a mesma coisa”. Em relação ao futuro, disse que é sua intenção “manter aquilo que está”. No entanto, lamenta que as autarquias não olhem para o sector com outros olhos: “As Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia não querem saber da agricultura, só querem saber do turismo, de caminhadas e de passeios de BTT”. A título de exemplo, referiu que o concelho do Sabugal possui uma barragem que não está a servir os agricultores locais. “Afinal, parece que a barragem não é nossa. A barragem do Sabugal só serve a zona Sul. Devia haver uma conduta para a zona Norte do concelho para irrigar algumas zonas agrícolas e ajudar a dinamizar a agricultura”, considera. Lúcio Canelas apela ainda às autarquias da região para que “arranjem os caminhos agrícolas e para que apostem na realização de certames para valorização das carnes e para dar outro valor aos animais”.
O empresário também considera que a agricultura pode ser utilizada pelos jovens para “fintarem” o desemprego: “Acho que faziam bem em apostar no sector agrícola. É uma boa saída para quem está desempregado. Dá muito trabalho, mas vai dando algum”.

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