De dezasseis a trinta deste mês de Maio de onde estamos a sair, do coração de muitos portugueses viveram muitas inquietações que se transformaram em euforias para uns, a maior parte e frustrações para ouros.


Neste espaço de tempo o futebol e a política viveram momentos altos, se bem que o “Zé Português” tenha mais paixão pela cores do seu clube, que conhece a sua história, do que pelos senhores que mandam na Europa, de que nem tão pouco sabe a sua função, nem tão pouco o seu nome.
Eu como jogo ao lado do “Zé Português”, deixo a Europa para os que sabem, ou pelo menos dizem que sabem. No meu entender e pelos espaços televisivos em que os ouvi apenas dei conta que os portugueses se guerreavam um com os outros em matéria de política caseira. Como tal deixo-os a esgrimir uns com os outros até que se cansem, pois entendo que cansados se entendem melhor.
Vou falar do futebol e defender a minha opinião, sem que eu possa afirmar que tenha razão. O que acontece é que este ano de dois mil e dezanove, nos três títulos a que os principais clubes têm acesso, com alguma surpresa foram parar a Lisboa e aos clubes rivais da segunda circular. Digo com alguma surpresa pois no final do ano de dois mil e dezoito na prova principal do futebol português, ninguém imaginava que o clube que estava classificado em quarto lugar e a sete pontos da liderança, viesse a galopar de tal modo que, recuperou os sete e mais dois que deu de avanço ao que era líder e ficou em segundo. Aqui houve emoção até à última jornada, muito embora no estádio do Dragão, na capital nortenha, ao intervalo se tivesse deitado a toalha ao chão, no momento em que os superdragões exibiram a tarja com que queriam limpar os seus erros.
Quanto às duas taças, a Taça de Portugal em tudo se pareceu com a da Liga, embora em palcos diferentes. Teve as mesmas cores em campo, o tempo de jogo não chegou em ambas e a lotaria das grandes penalidades pendeu para o mesmo lado. O Museu do leão tem dois troféu conquistados neste ano de dois mil e dezanove, pela equipa principal de futebol, enquanto que para esse efeito o seu congénere do dragão ainda não conseguiu abrir as portas. Nem vai conseguir pois o troféu em disputa no ano corrente de dois mil e dezanove é a supertaça no abrir da nova temporada futebolística e essa só terá duas moradas possíveis, um lado ou o outro da segunda circular. O vencedor das duas taças também não deixa de merecer destaque, dado que embora tenha ficado em terceiro lugar na prova que não ganhou, ninguém pensaria, há cerca de um ano, que este ano iria fazer tamanho brilharete, ganhar ao campeão do mesmo ano nas meias-finais e ao vice-campeão na final.
Duas figuras se distinguiram em campo, um em cada clube de Lisboa. Falo de João Félix a vestir de encarnado e de Bruno Fernandes que de leão ao peito se mostrou uma força da natureza. São dois valores que não ficarão por cá devido aos montantes que vão envolver as suas transferências, mas onde quer que eles passem a jogar irão mostrar todas as valências que têm as escolas de formação no futebol português.
No banco saliento três treinadores. Em primeiro lugar o afortunado Rui Vitória, que mesmo corrido do Benfica é campeão nacional e dos poucos com três títulos de campeão nacional. Rui Lage por ser comedido e metódico no seu discurso. Nunca se viu embandeirar em arco e sem se dar por ela foi dando goleadas. No conjunto das duas voltas apenas o Belenenses lhe passou a perna. Finalmente Sérgio Conceição, que até já vi quem o apelidasse de “Concei-quase”, pois esteve em todas até ao fim mas acabou sempre por cair. Por outro lado endeusa-se a si próprio, não reconhece a capacidade nem o valor de ninguém. Estou a falar de um desportista intratável na hora da derrota.