Os temas mais badalados na Europa e não só, são os acontecimentos que se têm passado em ambas as costas do Canal da Mancha, nome que a Geografia dá à manga marítima que une o Atlântico ao Mar do Norte.


Para a generalidade dos europeus, o mais importante passa-se na banda norte, onde as evoluções ocorridas no Reino Unido, têm feito vacilar a economia mundial, e também tirado muitas horas de sono aos que muito querem, ou pelo menos pretendem ser, donos do velho continente. Como esta matéria dá pano para muitas mangas, tempo para muitos discursos e tinta para muita opinião, tenho que dizer que estou convencido, de que isto acontece devido ao exacerbado nacionalismo que sempre moveu os súbditos de Sua Majestade, que sempre tiveram dificuldade em viver de igual para igual com os outros povos. Portugal é exemplo disso, sendo os dois países com a aliança mais antiga do Mundo, quando as cartas vão para a mesa, o jardim à beira-mar plantado, tem de sair a perder, nem que seja por força de “Ultimato”.
Mas quanto a isso e usando o meu estilo irónico, basta agir como a grávida, esperando que o tempo dirá o que vai acontecer. Até já ouvi aventar a hipótese que fica tudo em águas de bacalhau e também o contrário, voltar cada um a possuir a sua quinta. Aguardemos…
Voltando para outro assunto e passando para outra costa, vou situar-me no Norte de França, no departamento de Pas-de-Calais e concretamente na cidade mineira de Lens, onde os portugueses de todo o Mundo através dos ecrãs de vários canais de televisão fixaram os olhos, para a campanha do Campeonato Europeu de Futebol, onde estavam frente a frente Portugal, um tanto sombrio com as exibições feitas anteriormente e do outro lado a Croácia, revelada como uma das equipas “sensação” do EURO2016.
A seleção portuguesa não está a fazer um Europeu como se fazia esperar. Aqui e ali vamos sentindo as nossas desilusões, mas temos que entender que o futebol também espelha a vida, quem mais joga nem sempre ganha, como quem mais ganha em vencimento nem sempre é aquele que maiores economias consegue. O povo português idiomaticamente sentencia: - No aproveitar é que está o ganho. Ora eu digo: - Quem desperdiça deita tudo a perder. Daqui resulta a frase bem conhecida do nosso “futebolês”, quem não marca sofre, o que quer dizer que quem desperdiça várias oportunidades, fica atrás daquele que aproveitou uma que teve.
Tudo isto faz com que toda a imprensa, desde os credenciados comentadores aos treinadores de bancada apontem o dedo a este ou àquele senão. Só que, têm que entender que Portugal, a nível de seleção, nunca foi equipa de topo, nem sequer quando foi país organizador. Ora, como neste momento já se encontra no primeiro terço dos vinte e quatro que na França foram a jogo, pode-se afirmar que já se não faz má figura.
Somos uma nação que tem uma equipa com um jogador de topo no mundo futebolístico, mas já o mesmo jogador não está servido de igual modo no que concerne à equipa, sendo assim, sem sangue não se podem fazer morcelas, por muito boa que seja a tripa.
Quando estas minhas palavras forem lidas, já muitos dos leitores terão o resultado da etapa de Marselha, que segundo as minhas previsões será ganha ao sprinte e apenas com uma diferença de meia roda, mas que dê azo a que “Engenheiro” tenha vontade de na parte final entrar no recinto e dar rotação aos braços de modo a impulsionar a alegria da gente lusa.
Entendo que não vale a pena embandeirar em arco, mas não podemos deixar de avançar, dando um passo de cada vez. Também temos que ter em conta um pormenor que ainda não se divulgou, mas que os portugueses conhecem de outras andanças. Estou a falar do fator casa. Quem não se lembra?