Guarda
Presidente da República deixou mensagem de esperança no futuro

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, disse no seu discurso, proferido na terça-feira, dia 10 de Junho, na sessão solene das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, realizada no Teatro Municipal da Guarda (TMG), que este ano os portugueses conquistaram “o direito a ter esperança”.
“Neste ano de 2014, conquistámos o direito a ter esperança. Portugal cumpriu as obrigações que assumiu em Maio de 2011 perante as entidades internacionais que nos concederam os empréstimos necessários ao financiamento do Estado e da economia. O programa de assistência financeira foi concluído no passado mês de Maio”, declarou. E acrescentou: “Foi um caminho duro. Vivemos tempos muito difíceis, mas não perdemos a coragem da esperança e a vontade de triunfar. Como sempre sucedeu ao longo da História, e em particular nestas quatro décadas de democracia, o povo português deu mostras de uma maturidade cívica exemplar”.
Cavaco Silva disse ainda que os portugueses “desejam que o seu país nunca mais venha a encontrar-se numa situação semelhante àquela a que chegou em Maio de 2011”. “Há que ter muita prudência. Exige-se, pois, uma conduta esclarecida e responsável de todos os agentes políticos, que vá ao encontro das legítimas aspirações de progresso e de bem-estar do nosso povo”, observou.
Em relação ao futuro, o Presidente da República deixou uma mensagem clara de esperança e disse que “se todos têm direito à esperança, devemos atender em especial àqueles que sentem mais dificuldades em fazer ouvir a sua voz”. E acrescentou: “Desde logo, os idosos, os reformados e pensionistas, aqueles que chegaram ao fim de uma vida de trabalho e têm o direito a uma existência digna (…). Temos também de trazer esperança àqueles que perderam os seus postos de trabalho, especialmente aos desempregados de longa duração. (…) Devemos também pensar nos nossos jovens, que têm a audácia da esperança”. Cavaco Silva referiu-se também aos empresários, aos trabalhadores e “às populações que vivem no Interior do país, que têm a esperança de que no próximo programa financeiro de financiamento europeu implique um novo olhar às assimetrias de desenvolvimento e ao problema do despovoamento”.
Disse ainda que os portugueses têm pela frente desafios que só podem ser vencidos “através de uma cultura de compromisso”. “Este ano de 2014 abre um caminho de esperança. Mas, para ter esperança no futuro, devemos continuar a trabalhar no presente. Não podemos ficar à espera, passivamente, que a situação se altere por si mesma. Ambicionamos viver num país melhor e para isso temos que juntar esforços e unir vontades. Cada um tem de contribuir para que a esperança de todos se realize”, disse na sua intervenção.
Antes da sessão solene realizada no grande auditório do TMG, o Presidente da República participou numa cerimónia militar realizada no Parque Urbano do Rio Diz. Quando discursava, Cavaco Silva sentiu-se indisposto e teve que ser retirado da tribuna, regressando pouco depois e já recomposto.