Entrevista: Henrique Monteiro, Presidente da Distrital do CDS-PP


Henrique Monteiro, Presidente da Distrital da Guarda do CDS-PP, participou no Congresso que escolheu o novo Presidente do Partido, Francisco Rodrigues dos Santos. Apesar de ter apoiado João Almeida, considera que o partido está vivo e pode ganhar asas com a irreverência e juventude do novo líder.Henrique Monteiro nasceu em Cerdeira do Côa e viveu na freguesia de Rochoso até aos 10 anos. A família mudou-se para a Guarda, onde reside actualmente. É professor do 1.º ciclo do Ensino Básico.
A GUARDA: Como líder da distrital do CDS-PP da Guarda apoiou João Almeida na corrida à sucessão de Assunção Cristas. Houve alguma razão para ter feito esta opção? Henrique Monteiro: Evidentemente que houve razões para esta opção.O CDS é um partido fundamental à democracia em Portugal e com 45 anos de idade não está a viver uma crise de identidade, como se andou a tentar transmitir. Na política não há crises de meia idade.Sempre entendi que o CDS ainda é aquilo que sempre foi e que apenas tem que se posicionar onde sempre esteve. Um partido de direita, com elevada responsabilidade social e de feição humanista. Um partido de causas sem radicalismos. Era e é meu entendimento que ser deputado não é nem nunca foi condição para se ser líder no CDS. Para mim sempre importaram sobretudo a maturidade e experiência políticas e o conhecimento do partido e do país. Nesta perspetiva, vi o João Almeida como a pessoa que reunia melhores condições para conduzir os destinos do partido.
A GUARDA: Ficou desiludido por não ter sido eleito o candidato que apoiou?
Henrique Monteiro: Não há desilusão, antes pelo contrário, saí com a convicção de que o partido está vivo, de que o congresso foi um momento de debate de ideias muito rico e interessante e com a ilusão de que o partido pode ganhar asas com a irreverência e juventude de um líder que já provou ter uma personalidade bem vincada e ideias muito claras para a forma de posicionar o CDS, em termos de intervenção política na nossa sociedade. A GUARDA: Como vê a escolha de Francisco Rodrigues dos Santos como Presidente do CDS?
Henrique Monteiro: Vejo na escolha de Francisco Rodrigues dos Santos o desejo de o partido vincar de forma mais clara o seu posicionamento ideológico e uma vontade firme de ultrapassar o momento menos bom que foram as últimas legislativas. 
A GUARDA: Teve oportunidade de falar com ele sobre o futuro do Partido?
Henrique Monteiro: Ainda não tive oportunidade de falar com o novo presidente sobre o futuro do CDS, mas espero que esse momento ocorra brevemente. A GUARDA: Considera que este CDS presidido por Francisco Rodrigues dos Santos vai mesmo “combater as esquerdas e o socialismo vigente em Portugal” sendo também uma “nova direita”?
Henrique Monteiro: Como disse anteriormente, o CDS sempre foi um partido de direita, com elevada responsabilidade social e de feição humanista. Acredito numa nova forma de fazer oposição às esquerdas instaladas no país e às suas agendas radicais, que pretendem por em causa os nossos valores civilizacionais. Acredito que vamos ter um CDS sem meias tintas na sua afirmação ideológica e na defesa dos seus valores de sempre, que são os valores da doutrina social da Igreja Católica. Os valores da tolerância, da solidariedade, do respeito e defesa da vida.  
A GUARDA: Quando se recandidatou à presidência da Comissão Política Distrital disse que o fazia para continuar a implantação do partido e a renovação de estruturas. O que tem feito para alcançar estes objectivos?
Henrique Monteiro: Nestes cerca de cinco anos que levo à frente da Comissão Política Distrital o CDS cresceu cerca de 90% no seu número de filiados e temos uma militância mais ativa. Em termos de estruturas concelhias, o CDS cobre hoje a totalidade do distrito, algo que não acontecia há muitos anos quando em 2011 assumimos responsabilidade políticas distritais. Isso é algo que me deixa de consciência tranquila e imensamente satisfeito, mas entendo que este é um trabalho que nunca está acabado e que não é mérito de ninguém individualmente, é mérito de uma equipa. O trabalho político resulta quando é desenvolvido em equipa. 
A GUARDA: O CDS-PP já tem candidato à Câmara da Guarda, nas próximas eleições autárquicas?
Henrique Monteiro: O CDS ainda não tem candidato autárquico.