Comércio tradicional


O «Restaurante Pizzaria Volta» abriu as portas no dia 23 de Junho de 1986, na Rua Vasco Borges, n.º 20, rés-do-chão, na Guarda. A pizzaria, que é a mais antiga da cidade, é propriedade de António Brioso, de 57 anos. O empresário contou ao Jornal A Guarda que abriu a pizzaria com outro sócio, mas cerca de 10 anos depois a sociedade foi desfeita e adquiriu a totalidade do capital social.
O restaurante, o primeiro que começou a servir pizas na Guarda, surgiu quando dois amigos de infância (António Brioso e o anterior sócio) se encontraram no Algarve, e decidiram apostar num negócio na cidade mais alta do país. “Eu sempre trabalhei na restauração em Lisboa, no Porto, no Algarve e na Suíça. Foi na Suíça, em 1980, que estive a trabalhar numa pizzaria, depois de passar por um Hotel. Foi lá que tive contacto com as pizas. Em Portugal só ainda se falava de pizas no Porto e em Lisboa. Assim, quando o meu amigo me propôs a sociedade, decidimos apostar na pizaria, que era uma novidade naquela época”, contou.
António Brioso lembrou que quando abriu a primeira pizzaria da cidade, “no princípio era estranho, porque era uma novidade, pois não havia pizas à venda nos supermercados nem nas pastelarias, como agora”. Depois, a pizzaria afirmou-se e “as pessoas da Guarda começaram a aderir bem e os jovens começaram a trazer os pais e os avós”. A proximidade do edifício do Antigo Magistério Primário e do antigo Liceu também ajudou na afirmação da casa, uma vez que passou a ser frequentada pelos estudantes. “A malta nova ainda lembra muitas vezes que namorou na «Pizzaria Volta»”, observa.
“Sempre servimos pizas e outros pratos, como bifes, lasanhas e esparguetes, mas o nosso forte sempre foi a piza e continua a ser”, afirmou o empresário, referindo que disponibiliza pizas a partir de 4 euros e que o restaurante também tem serviço para o cliente poder levar a comida para casa (take away). “No princípio fazia entregas ao domicílio, mas depois tornava-se muito exaustivo e era muito complicado entregar uma piza na Sequeira e outra nas Lameirinhas e desisti. Mas, mantemos o take away, que tem muita procura”.
Com a crise económica que tem assolado o país, o negócio do restaurante foi afectado, como todos os outros: “Basta lembrar que já tive 6 empregados e actualmente somos 4 a trabalhar”. O proprietário referiu ainda que devido à crise “as pessoas começaram a cortar e se antigamente comiam fora 3 a 4 vezes por semana, agora comem uma vez por semana ou uma vez por mês”. “Actualmente vamo-nos aguentando. Tenho clientela de há 28 anos. Já vieram os avós, os pais, os netos e até os bisnetos. Tenho clientes de toda a região, até do Porto e do Algarve. Também tenho muitos clientes emigrantes”, rematou.
A massa das pizas servidas no «Restaurante Pizzaria Volta» “é feita cá e é tudo confeccionado na hora”. “O cliente pede a piza que quer, ou escolhe os ingredientes que quiser, e faz-se na hora”, explicou António Brioso.
Pela pizzaria mais antiga da cidade da Guarda já passaram nomes sonantes da música, da política e do jornalismo nacional. O empresário recorda que já estiveram no seu estabelecimento, entre outros, o músico e cantor Sérgio Godinho, o falecido deputado do Parlamento Europeu Francisco Lucas Pires e o pivô do Jornal da Noite da SIC Rodrigo Guedes de Carvalho.
O «Restaurante Pizzaria Volta» tem 35 lugares sentados e funciona das 12.00 às 15.00 horas e das 19.00 às 22.30 horas. Encerra à segunda-feira para descanso do pessoal e tem por lema “atender os clientes o melhor possível”.