Moto Clube da Guarda e Centro Sócio Cultural da Coriscada vivem momento aflitivo

Não está fácil a vida para muitas Associações do Distrito da Guarda, devido à pandemia e ao actual estado de emergência decretado pelo Governo. Os responsáveis de duas associações, uma no concelho da Guarda e outra no concelho de Mêda, consideram que o momento é complicado e pode levar ao desaparecimento de algumas instituições. Joaquim Escoval, secretário da Direcção Nacional Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e Desporto, (ver entrevista) disse ao jornal A GUARDA que “as enormes dificuldades que as associações enfrentam são comuns às 33700 associações deste tipo que há em Portugal, apenas diferindo no grau de apoio que conseguem, ou não, obter”. Na Guarda, o Moto Clube local está a braços com uma situação dificil, devido ao encerramento permanente da sede, bem como ao cancelamento de actividades que permitiam angariar o dinheiro necessário para fazer face aos encargos assumidos. O Moto Clube da Guarda, fundado a 20 de Abril de 1986, tem perto de 300 sócios e é um dos mais antigos do país. Antes da pandemia provocada pela Covid19, o Moto Clube promovia e participava regular e activamente em diversas actividades ligadas ao motociclismo, cumprindo também um papel social e humanitário. Inauguraram a sede, na antiga escola do Torrão, na Guarda, a 11 de Novembro de 2013, um espaço que tinha sido recentemente remodelado. Antes da pandemia o Moto Clube da Guarda abria todas as sextas a partir das 21.30 horas, com musica ao vivo e muita animação. A Associação, Centro Sócio Cultural da Coriscada, fundada em 1 de Outubro de 1985, com sede na Freguesia da Coriscada, no concelho de Mêda, também tem sentido algumas dificuldades ao longo dos últimos meses. António Moreira, presidente da Associação, disse ao Jornal A GUARDA que foram obrigados a “suspender ensaios, actividade regular, bem como o festival anual do Rancho Folclórico e Etnográfico. E acrescentou: “Todas as actividades relacionadas com o desporto,  lazer, social, arqueologia, estão igualmente inactivas”. O problema financeiro também se agudizou, devido à falta de ajuda do Município da Mêda que “recusou dar apoio no ano de 2020”. António Moreira adiantou que “as quotas dos associados e receita das actividades foram escassas”, isto apesar da manutenção das despesas correntes. Explicou que “o Centro Sócio Cultural da Coriscada está a sobreviver à custa dos dirigentes, situação que não pode continuar”. Considerou que a rotura da Associação “pode estar presa por um fio”. Apesar das dificuldades promete tudo fazer para manter a Associação viva como forma de “amor a terra, e ao valioso património cultural, material e imaterial”. “Esperamos o bom senso do Município de Meda, Freguesia da Coriscada e associados, para reformar  a nosso trabalho de solidariedade social, cultural, desporto e lazer assim como a defesa do património arqueológico do Vale do Mouro” adianta António Moreira. “As colectividades precisam de ajuda” desabafa.