Entrevista: Susana Margarida Relvas da Guerra Aguiar, elemento da equipa COA GUARDA - Comité Organizador do Arciprestado da Guarda - Manteigas

 

Susana Margarida Relvas da Guerra Aguiar, elemento da equipa COA GUARDA - Comité Organizador do Arciprestado da Guarda - Manteigas da Jornada Mundial da Juventude é natural da Guarda.
Até ao final do ensino secundário estudou na Guarda e fez a licenciatura na Escola Superior de Educação de Bragança.
Nos tempos livres gosta de passear e viajar com a família, desenvolver actividades ligadas às artes/teatro, passar tempo com as amigas, dançar, ler, ir ao cinema...

A GUARDA: Como aparece a sua ligação à Jornada Mundial da Juventude?

Susana Aguiar: A minha ligação às Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) começou no ano de 1989, aquando da minha participação na JMJ em Santiago de Compostela. Esta foi a minha primeira das cinco participações em JMJ’s – JMJ Santiago de Compostela (1989); JMJ Paris (1997); JMJ Roma (2000); JMJ Colónia (2005); JMJ Madrid (2011). E este ano espero estar na minha sexta JMJ, a de Lisboa. As Jornadas têm sido momentos fortes e marcantes na minha vida.

A GUARDA: E ao COA - Comité Organizador do Arciprestal do arciprestado Guarda - Manteigas?

Susana Aguiar: Quando os símbolos das JMJ, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, estiveram na Guarda, eu e três companheiras de Jornadas começámos a pensar que devíamos fazer alguma coisa para cativar jovens para as Jornadas, que este ano temos a felicidade de se realizarem no nosso país. Assim, a ideia foi amadurecendo e quando se realizou o Mega-Login em Outubro de 2022, demos inicio à formação da equipa do COA. Esta equipa é constituída por várias pessoas, com idades e formações variadas, sendo liderado pelo Arcipreste do nosso Arciprestado, Padre Henrique.

A GUARDA: O que são e como é que o arciprestado está a preparar os Dias na Diocese?

Susana Aguiar: Os Dias Nas Dioceses, que resumidamente se designam por DND, são os dias que precedem a semana das JMJ, este ano decorrem entre 26 e 31 de Julho. Nesta semana os jovens de todas as partes do mundo que vão participar nas JMJ são convidados a ficar numa diocese do país que acolhe as Jornadas. Nestes dias pretende-se que os jovens fiquem alojados em Famílias de Acolhimento e que convivam com os jovens do país/diocese que os acolhe.
Estes dias ainda estão em fase de preparação, havendo algumas linhas orientadoras vindas do Comité Organizador Local (COL), algumas atividades serão feitas de forma conjunta com todos os jovens que serão acolhidos nos vários Arciprestados da Diocese e haverá atividades organizadas aqui no nosso Arciprestado. As atividades podem ter carácter cultural, religioso, patrimonial, na natureza, de convívio e outras.

A GUARDA: As famílias de acolhimento são muito importantes neste processo. Quem é que pode ser família de acolhimento?

Susana Aguiar: As Famílias de Acolhimento são fundamentais neste processo, pois sem elas os jovens serão alojados em instituições ou pavilhões, e o que se pretende é que os jovens nesses dias sejam incluídos numa família portuguesa e que experimentem como essa família vive e quais são as suas tradições e hábitos. Desta forma qualquer pessoa que tenha um coração grande para acolher pode fazê-lo, só necessita de disponibilizar um espaço para dormirem, espaço onde fazerem a sua higiene, algumas refeições (pequeno-almoço e jantar) e transportá-los para os locais onde nos encontrarmos para dar inícios às atividades do dia (centro da cidade). Para acolher não é preciso saber falar o idioma dos jovens, a maior linguagem que pode existir é a do Amor pelos outros e essa é igual em todas as línguas!

A GUARDA: Já há muitas famílias inscritas? Até quando podem fazer a inscrição?

Susana Aguiar: Já temos algumas famílias inscritas, mas gostaríamos de ter mais. Contamos receber cerca de 200 jovens nas paróquias da Guarda e ainda não temos casa/famílias para todos. No mínimo cada família tem que receber dois jovens, mas pode receber 3 ou 4. A inscrição pode ser feita até dia 31 de janeiro, sendo feita através de uma ficha de inscrição própria, que os párocos têm. No meu caso, já me inscrevi para acolher dois jovens, não tenho espaço para mais. Já vivi a experiência de ser acolhida em famílias, nas JMJ de Paris e nas JMJ de Roma e também já acolhi 2 jovens polacas que estavam a caminho de Lisboa para o Encontro Europeu de Taizé. Tanto acolher como ser acolhida foram para mim vivências únicas e marcantes.

A GUARDA: Como é que os jovens do arciprestado estão a ser mobilizados para esta grande Jornada Mundial da Juventude?

Susana Aguiar: Os jovens do arciprestado da Guarda - Manteigas ainda estão um pouco adormecidos, no entanto já há um grupo de jovens inscritos para as JMJ, naturalmente que são aqueles que estão ligados a Grupos de Jovens Cristãos. O COA tem feito divulgação nas redes sociais, facebook e instagram, sobre as JMJ, os DND e as atividades que vão sendo realizadas. Em breve iremos estar presentes nas catequeses do 10º ano e também temos planeado fazer Fóruns de divulgação nos dois agrupamentos da cidade, destinados aos jovens do ensino secundário. A nossa equipa está disponível para ir onde houver além que achar pertinente divulgar ou esclarecer dúvidas sobre as JMJ e tudo o que com elas está relacionado.

A GUARDA: Quais as atividades que estão a ser pensadas de maneira a envolver mais os jovens?

Susana Aguiar: Estão já agendadas algumas atividades, que são propostas pelo COL, como seja “24 Horas de Oração” que se vai realizar já no próximo dia 21e 22 de Janeiro, na paróquia de Manteigas; posteriormente vai realizar-se uma Via-Sacra, na paróquia de S. Miguel, no dia 24 de Fevereiro; e uma Vigília na paróquia da Sé/S. Vicente, no dia 25 de Março. O COA vai dinamizar um Momento de Encontro, no dia 4 de Março, o qual esperamos seja um momento muito dinâmico, com várias atividades e alegre. Todos os jovens estão convidados para participar nestas atividades e em outras que venham a ser realizadas.

A GUARDA: O que significa para si estar envolvida na promoção da Jornada Mundial da Juventude?
Susana Aguiar: As Jornadas Mundiais da Juventude, como referi no início da entrevista, foram momentos marcantes na minha vida em vários sentidos e por várias razões. Tiveram o puder de avivar a minha Fé, o facto de estar rodeada de milhares de jovens de todas as cores, raças e nações, todos pela mesma razão, responder ao convite do Papa para nos unirmos com ele a Jesus, não há nada mais intimidante que isso. As JMJ levaram-me a conhecer outros países, outras culturas e trouxeram-me amigos novos que mantenho na minha vida e até me trouxeram o meu marido! Por isso acho que devo dar testemunho da minha experiência e promover este encontro mundial de jovens que deu tantos frutos na minha vida e nas vidas de muitas pessoas que conheço. Descobri um “tesouro” e não o posso guardar só para mim, quero que chegue ao maior número possível de jovens e este ano é mesmo aqui no nosso país, ninguém pode faltar nesta grande reunião!