Direcção Regional de Cultura do Centro Grande

“O processo é moroso e longo e, até o órgão ser colocado na Sé, vamos ter muito que esperar”, disse o Vigário Geral da Diocese da Guarda quando soube da publicação do anúncio do concurso da ‘Recuperação do Órgão de Tubos’ da Sé da Guarda. Manuel Pereira de Matos ficou contente com a notícia mas espera que “as coisas tenham outro andamento que não tiveram até agora”. Adiantou que “da parte da Diocese da Guarda quem vai acompanhar o processo e faz parte do júri é o padre José Luís Farinha”.O anúncio do concurso da ‘Recuperação do Órgão de Tubos’ da Sé da Guarda, da responsabilidade da Direcção Regional de Cultura do Centro, foi publicado em Diário da República, no dia 31 de Julho.O valor do preço base do procedimento é de 500000.00 euros e o prazo de execução do contracto de 12 meses. O prazo para a apresentação das candidaturas para a fase de qualificação é de 30 (trinta dias), a partir da data da publicação do Anúncio no Jornal Oficial da União Europeia, com pena de exclusão das mesmas.O órgão de tubos será instalado numa tribuna a construir sobre o guarda-vento da porta principal da Sé da Guarda.“Do ponto de vista acústico, o instrumento ‘rasga’ ao longo da nave e assim são muito mais rentabilizados os seus registos em termos de obtenção sonora como do seu timbre”, aponta a memória descritiva. E acrescenta: “O Órgão ao comprimento da nave, mesmo com menos registos, rentabiliza de forma muito diferente, para melhor em qualidade em volume sonoro”.O documento explica que “em relação à comunicação com o Coro, assim como com o Ministério da liturgia, serão utilizados monitores de som e de imagem”.O projecto que se pretende que seja desenvolvido num segundo momento deve, pois, reflectir solução adequada às características do órgão a reconstituir a estrutura deverá enquadrar-se harmoniosamente no interior do templo.Tratando-se de uma reconstrução, a caixa do órgão deverá obrigatoriamente integrar elementos remanescentes da caixa do anterior instrumento da Sé da Guarda, desmantelado durante as primeiras décadas do século XX. Para além disso, a integração desses elementos contribuirá para valorizar esteticamente o interior do edifício. De acordo com a memória descritiva “embora não copiando o instrumento antigo, o desenho da caixa deverá inspirar-se nas linhas principais daquele instrumento, respeitando o número e a posição dos planos da fachada (incluindo localização dos tubos de 16') assim como a implantação dos tubos horizontais de palheta”.A caixa será desenhada respeitando, dentro do possível, o instrumento antigo que foi desmontado, expondo as linhas principais que descreviam este instrumento, respeitando o número e a posição dos castelos (espaços onde são colocados os tubos labiais de fachada) assim como o espaço das grandes torres, para os tubos de 16' de fachada.“O Grande Órgão da Sé Catedral da Guarda deverá ser um instrumento completo e complementar aos órgãos existentes em Portugal, incluindo muitos dos que recentemente foram importados de outros Países”, aponta a memória descritiva.Este instrumento terá uma identidade própria, sem que nunca se trate de uma reprodução, seja de que instrumento for, mas que possa proporcionar enquanto ferramenta (instrumento musical), um desafio ao organista permitindo interpretar grande parte do repertório Ibérico (Compositores Portugueses e Espanhóis).O órgão deverá ser dotado de três teclados manuais (Órgão Principal, Positivo de Costas e Órgão Expressivo).