Entrevista: Ricardo Maio - Presidente da Associação Cultural Desportiva e Recreativa da Rapoula
Ricardo Maio, Presidente da Associação Cultural Desportiva e Recreativa da Rapoula (Guarda), é natural da Guarda (Sé). Estudou na EB1 da Rapoula, Outeiro de São Miguel (9ºano), Escola Secundária Afonso de Albuquerque (12º ano) e Instituto Politécnico da Guarda (Comunicação e Relações Públicas).
Ocupa o tempo livre com os dois filhos, a cuidar da horta, passar e ir ao cinema.
A GUARDA: A Associação Cultural Desportiva e Recreativa da Rapoula (ACDR), na freguesia de Pera do Moço – Guarda, assinala, no dia 16 de Novembro, o 28º aniversário. Como e com que objectivos foi criada esta Associação?
Ricardo Maio: Antes de mais, queremos agradecer o interesse por conhecer a história desta associação e o facto de a podermos promover e divulgar desta forma.
Na verdade esta associação foi criada há 28 anos atrás com o intuito de dar apoio aos jovens que na altura praticavam futebol a um nível muito elevado, aliás, essa equipa na altura não era batida nas 4 linhas por equipas federadas na Guarda, muito graças ao Sr. Carlos Furtado que na altura tivera regressado da Suíça e foi ele o impulsionador da modalidade junto dos jovens da aldeia. Essa equipa era ocupada também com jogadores que o Outeiro de São Miguel tinha como internos da escola.
Dava muito gosto ver a ACDR a praticar futebol!!
Ora, o objectivo na altura era de facto transformar essa equipa numa equipa federada, contudo, e com os obstáculos que foram surgindo, a ideia foi ficando para trás e outras vertentes como a Cultura tomaram o lugar.
Foi de facto na Cultura que esta associação se mostrou ao mais alto nível no concelho da Guarda, desde a Espectáculos de Variedades dirigidos pela Liliane Ferreira à Festa Cultural do Burro, dando a importância que a raça asinina tivera na nossa sociedade, de tudo se fez para que a população tivesse animação e assim dessa forma promovendo também a aldeia de Rapoula.
A GUARDA: Os novos corpos sociais da Associação tomam posse no dia 19 de Novembro. Há algum programa especial para esse dia?
Ricardo Maio: Sim, é verdade, no próximo dia 19 iremos festejar o 28 aniversário e dessa forma aproveitaremos para dar a conhecer todos os Órgãos Sociais.
Esperam-se muitas surpresas para esse dia, durante o evento iremos recordar o que de bom se fez no passado e homenagear alguns pilares da associação.
Para além de termos animação durante a tarde com alguns grupos culturais da região, como é o caso da parceria que temos com o projecto andarilho, teremos também a jóia da nossa Coroa que são os inigualáveis Grupo de Gaita de Beiços da Rapoula.
Para que nada falte nesse dia a ACDR vai oferecer um porco no espeto a todos os sócios e habitantes da aldeia assim como um magusto para desgostarmos esse fruto tão nosso e tão saboroso.
A GUARDA: Quem é que faz parte dos novos corpos sociais?
Ricardo Maio: Para o Triénio 2022/2025, os órgãos sociais são compostos por elementos jovens, dinâmicos e acima de tudo com espirito de entreajuda.
Temos elementos que dominam áreas díspares entregando assim as responsabilidades de cada área a elementos concretos. Os órgãos sociais estão então divididos destra forma: Assembleia Geral – Miguel Almeida de Castro (presidente), João Macedo Madeira (1º secretário), Mariana Filipa Matias Martins (2º secretário); Direcção - Ricardo António de Almeida Maio (presidente), Beatriz Soraia dos Santos Ferreira (secretário), António Germano Pedro (tesoureiro); Conselho Fiscal - Cristiano Pires Patrício (presidente); Rita Santos Ferreira 81º vogal), Daniel Nunes Ferreira (2º vogal).
A GUARDA: A nova direcção pretende dinamizar com entusiasmo a Rapoula e envolver as restantes aldeias da Freguesia de Pêra do Moço. Quais os projectos que vão ser desenvolvidos?
Ricardo Maio: Boa questão, esta equipa aceitou o desafio de conduzir esta associação de forma diferenciada, focada em questões que até agora não eram relevantes.
Um dos principais projectos para este Triénio é a vertente social e de solidariedade, daí pertencermos já com muito orgulho e responsabilidade ao CLAS (Conselho Local de Acção Social). Neste contexto estamos já a trabalhar para abrir um espaço ao público de forma a ajudar a população nas mais variadas vertentes sociais, ajuda ao emprego, fazer de veículo entre os idosos e os mais necessitados com as instituições públicas, entre outros projectos que estão em carteira que serão divulgados a seu tempo.
No que diz respeito a cultura, gostaríamos de voltar a ser uma das associações mais activas nesta área no concelho da Guarda. Para isso já temos um projecto muito bem elaborado pelos nossos membros de um grande festival cultural e gastronómica já para Agosto de 2023. Será um festival que irá envolver todas as associações da freguesia de Pêra do Moço, como também algumas associações de freguesias vizinhas.
Durante o resto do ano serão feitas várias actividades desportivas e um Natal de encher o olho e o coração.
O nosso desejo é trabalhar com afinco para e com as nossas gentes, num espírito cooperativo, de união, para que cada um volte a acreditar numa associação que deveremos sentir como nossa, devolvendo a alegria e o entusiasmo às gentes da Rapoula.
A GUARDA: Grupo de Gaita de Beiços é um dos grandes activos da Associação. É um grupo de sucesso e que leva o nome da Rapoula aos lugares por ode passa?
Ricardo Maio: Aproveito para pegar nas suas palavras e realçar a palavra activo, é verdade, o grupo de Gaita de Beiços da Rapoula formado também a 20 anos por esta associação, é de facto o maior activo da mesma, e isto porquê? Primeiro porque realça o que de mais genuíno há, ou seja, um grupo de amigos que têm o mesmo interesse por um instrumento musical sui generis como é o caso do realejo.
Em segundo lugar levar o nome da ACDR, da aldeia de Rapoula e da Cidade da Guarda a todos os cantos do país. É um grupo muito bem disposto, de trato fácil e sempre disponíveis para fazer oque mais gostam, tocar a sua gaita (realejo) claro…
Esta direcção quer continuar a apoiar este grupo de forma a que haja uma maior divulgação e projecção nacional. Eles sabem que podem contar connosco.
A GUARDA: Para quem não conhece a Rapoula, o que é que esta localidade do concelho da Guarda tem para oferecer a quem a visita?
Ricardo Maio: Rapoula é uma aldeia airosa a 15 minutos da cidade da Guarda, é praticamente um bairro dormitório da cidade. O facto de ser tão próxima da cidade e com tão boas vias de comunicação fez com que muitas empresas se sediassem aqui. Desde materiais de construção, carpintarias, oficinas, transformação de Inox entre outras…
Ao nível do Lazer, a Rapoula dispõe de um Vale no centro da aldeia com uma paisagem verde virada para a capela de São Marcos onde se pode descansar, aproveitar uma boa conversa ou fazer um piquenique. É aqui que muitos dos eventos da Associação são realizados.
Tem também um pavilhão multiusos que tem sido utilizado nos mais diversos eventos assim como bailes, feiras, baile de finalistas, Jantares de Natal, eventos de empresas, casamentos etc… Aproveito para publicitar este espaço e convidar os leitores do jornal a Guarda a conhecer o local.
A GUARDA: Como olha para o associativismo no concelho da Guarda?
Ricardo Maio: Tem vindo a crescer ao longo do tempo, faz cada vez mais sentido nesta conjuntura económica e social que estamos a viver e julgo que é uma ferramenta cada vez mais importante de forma a se conseguir um crescimento sustentável da população e respectivo concelho. Não nos podemos esquecer que o associativismo pode ser um pilar de uma sociedade bem resolvida.
A GUARDA: E para a política cultural da autarquia?
Ricardo Maio: Depois de um longo interregno tem vindo a crescer. Tem havido várias conversações entre as duas partes verificando um grande interesse por pate da Autarquia em manter activas estas associações tanto a nível cultural como recreativo e social. Existe de facto uma grande preocupação por parte da Autarquia em saber o que vai ser feito e como pode ajudar.