Entrevista: António Monteirinho – Candidato à Comissão Política Concelhia do Partido Socialista
António Monteirinho, candidato à Comissão Política Concelhia do Partido Socialista, é natural de Moçambique. Estudou em Belmonte, no Seminário do Verbo Divino (Tortosendo) e na Guarda.
Nos tempos livres gosta de praticar desporto, natação e futebol, jogar Xadrez e ler.
A GUARDA: Vai recandidatar-se à Comissão Política Concelhia do Partido Socialista da Guarda. O que o move nesta recandidatura?
António Monteirinho: Decidi recandidatar-me a Presidente da Concelhia do PS, respondendo ao apelo feito por diversos militantes. Encaro este desafio com a ambição de fazer do PS o partido mais votado nas próximas eleições autárquicas. Para isso procurarei unir o partido, motivá-lo, dando-lhe um rumo credível e à altura dos desafios que se põem ao nosso concelho. Defender os Guardenses e o nosso concelho através da apresentação de propostas capazes de gerar desenvolvimento e melhorar as condições de vida, continuará a ser a prioridade do PS.
A GUARDA: Em traços gerais, qual o balanço que faz do último mandato à frente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista?
António Monteirinho: Não foi um balanço positivo. Não foi possível desenvolver um trabalho pleno que transformasse o Partido Socialista no partido mais votado nas últimas eleições Autárquicas. O objectivo principal não foi alcançado, ocorreram diversos factores que influenciaram de forma negativa o trabalho realizado. Quem me conhece sabe bem que não gosto de deixar um trabalho incompleto, nem tão pouco, sair sem alcançar os objectivos definidos.
A GUARDA: Houve algum objectivo que tinha traçado e não foi possível concretizar?
António Monteirinho: O principal objectivo era devolver ao Partido Socialista a governação da Autarquia. Não tendo sido possível alcançar este objectivo o trabalho realizado não pode ser considerado positivo. Assumo a total responsabilidade deste facto.
A GUARDA: Esta candidatura tem como lema “Rumo ao Futuro”. O que pretende o PS para o futuro da Guarda?
António Monteirinho: O Partido Socialista pretende preparar o concelho da Guarda para o futuro, isto significa o seguinte: No espaço de uma década, pretende-se para a Guarda, os mesmos indicadores, económicos, sociais, educacionais e de saúde, análogos aos das cidades mais desenvolvidas do país. Este desígnio pode ser alcançado, caso sejam cumpridos os 5 principais projectos que fazem parte das promessas eleitorais do governo: Desenvolver o Porto Seco; Reabrir o Hotel de Turismo da Guarda; Criar o primeiro Centro de Competências Internacional em Economia e Inovação Social; Concluir a 2ª fase do hospital Sousa Martins; E por último instalar na Guarda o Comando Nacional da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro da GNR (UEPS).
A GUARDA: Podemos dizer que o grande desafio passa por vencer as próximas eleições autárquicas?
António Monteirinho: Sim, esse é o objectivo principal da acção do partido socialista da Guarda. Existe, no entanto, um trabalho a realizar a montante, nomeadamente, realização de um levantamento e definição de uma estratégia de desenvolvimento comum para as nossas freguesias, sem descurar as suas especificidades e a sua identidade cultural. Por outro lado, a apresentação de propostas que contribuam para a melhoria da vida dos Guardenses.
A GUARDA: Como avalia o primeiro ano de mandato do actual executivo da Câmara da Guarda?
António Monteirinho: O balanço que faço é negativo. Temos a noção que governação da Autarquia é feita com um horizonte temporal curto, não existe um projecto global de desenvolvimento. Em termos de projectos estamos conscientes que não existe capacidade instalada, por parte do executivo camarário para concretizar a maior parte das promessas feitas nas últimas eleições.
A discussão no seio da Câmara também tem sido negativa, com constantes arrufos entre o actual Presidente e o Ex-Presidente, com ameaças para recurso em tribunal. A imagem da Autarquia não é positiva. O Vereador do Partido Socialista tem assumido uma posição de responsabilidade, apelando ao trabalho conjunto em prol do desenvolvimento do nosso concelho, lembrando que foi esse o desejo dos Guardenses, expresso nas últimas eleições.
A GUARDA: O PS desmarcou-se de um repto dos vereadores do PSD, na Câmara da Guarda, que pedia a destituição do actual executivo e a marcação de eleições antecipadas. Porquê esta tomada de posição?
António Monteirinho: O Partido Socialista não contribui para instabilidade na governação da Autarquia, pelos motivos apontados pelos vereadores do PSD na Câmara. Desconhecemos até à data qual a posição do PSD, se apoia os seus vereadores ou se tem outra posição. Seria importante conhecer a posição do PSD. Não pode uma decisão judicial, que ainda não transitou em julgado, relacionada com uma dirigente da Autarquia, ser motivo para pedir a destituição do actual executivo. O PS acompanha com especial preocupação este assunto, uma vez que colocou novamente a cidade da Guarda, nas bocas do mundo pelas piores razões. Não posso, no entanto, deixar de salientar que a imagem de rigor e seriedade que compete ao Presidente da Câmara Municipal da Guarda, ficou deveras comprometida no julgamento realizado, numa tentativa de defender a dirigente. Convém ainda salientar, que o Carlos Chaves, vereador do PSD, também fazia parte do executivo no lapso temporal a que se reportaram os factos. Como diz o povo “são farinha do mesmo saco”. O Partido Socialista não fará aproveitamento políticos de um caso destes de justiça. O PS é um partido que sabe bem o seu papel e quais as suas responsabilidades, colocando sempre à frente de tudo, os superiores interesses dos cidadãos do concelho da Guarda.
O Partido Socialista para responder a este problema, vai apresentar uma proposta para a criação de um Provedor da Autarquia, com uma dupla função, proteger os funcionários da autarquia, quando a Lei não é cumprida e responder às diversas reclamações dos cidadãos da Guarda, relacionadas com incumprimentos também da Lei.
A GUARDA: Como avalia a actuação do Governo em relação às medidas a tomar na sequência dos incêndios deste Verão, nomeadamente na zona do parque natural da Serra da Estrela?
António Monteirinho: É pública a vontade do Executivo responder com eficácia e meios suficientes para recuperar toda a área dos incêndios e eu não tenho como duvidar desta vontade expressa numa reunião de vários e importantes ministros em Manteigas. O montante destinado pelo Governo é de 200 milhões de euros.
Tenho bem consciência dos prejuízos avultados, tanto no plano ambiental como no plano económico e humano, para o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) e todas as comunidades que o integram.
Como deputado na Assembleia da República estou naturalmente empenhado na concretização das medidas já anunciadas e na sua efectiva concretização. O PNSE tem de estar na linha da frente das preocupações imediatas da acção governativa. O PNSE é demasiado importante para o país para cair no esquecimento depois de uma tragédia destas dimensões. E eu aqui estou para lutar por uma intervenção estrutural que lhe possa devolver a importância ambiental, turística e económica que ele realmente tem quer no contexto regional quer no contexto nacional.