Seia


O filme filipino “Paraíso”, de Nash Ang, sobre os efeitos do Grande Tufão Haiyan, foi o vencedor do Grande Prémio do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela - CineEco 2015, que terminou no sábado, dia 17 de Outubro, em Seia. Nash Ang é autor de um documentário ao estilo “cinema directo” que mostra a vidas das pessoas e crianças filipinas, um mês após a passagem do Super Typhoon Haiyan em 2013, um dos tufões mais fortes registados na Terra, como consequência das mudanças climáticas. Ainda nas longas metragens o Prémio Antropologia Ambiental foi para o filme canadiano “Todo o Tempo do Mundo”, de Suzanne Crocker, sobre a experiência radical de uma família, um casal com três filhos, que viveu nove meses numa cabana na mata gelada do norte do Canadá, sem electricidade, água corrente, comunicações e relógios. Este filme foi também o vencedor do Grande Prémio da Juventude. O Prémio Educação Ambiental, foi para ‘Contenção’, de Peter Galison & Robb Moss, (EUA), um didáctico ensaio sobre os perigos da energia nuclear, as matérias e resíduos indestrutíveis que vão perdurar indefinidamente na natureza.
O Prémio Lusofonia foi para o filme brasileiro “Tapajós: Um Rio em Disputa”, de Marcio Isensee e Sá, um documentário que retracta a luta das populações contra a construção de sete barragens previstas pelo governo federal para a bacia do Rio Tapajós, e que vão afectar a vida dos ribeirinhos e indígenas. O Prémio Curta-Metragem Internacional foi atribuído à animação espanhola “João e a Nuvem”, de Giovanni Maccelli, a fábula de um menino que troca a amizade com uma nuvem pelo mundo cinzento dos adultos. O Prémio Séries e Documentários de Televisão, foi para o filme sueco “Passar-se” de Carl Javér, um mosaico histórico sobre uma comunidade alternativa criada do início do século XX, em Ancona na Suíça, que antecipa o modo de vida do movimento hippie dos anos 60. O Prémio Lusofonia Panorama Regional foi para “A Doença da Murchidão do Pinheiro na Europa”, de Paulo Leitão e Tiago Cerveira, de Oliveira do Hospital, sobre a prevenção e combate a esta doença que tem afectado estas árvores características das nossas paisagens, filme que recebeu ainda o mesmo galardão atribuído pelo Júri da Juventude.
O CineEco 2015, que decorreu entre 10 e 17 de Outubro, fechou com chave de ouro com a realização da “Conferência Alterações Climáticas”, no CISE-Centro de Interpretação da Serra da Estrela, em que participaram Carlos Filipe Camelo (presidente do Município de Seia), Francisco Ferreira (Quercus), D. Manuel Felício (bispo da Guarda), Filipe Duarte Santos (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) e Francisco Teixeira (Agência Portuguesa de Ambiente). Após a cerimónia de encerramento e de entrega de prémios, o festival terminou com a projecção do filme ‘Muros e o Tigre’, de Sushma Kallam (EUA/India), extracompetição, um documentário sobre a necessidade de um equilíbrio entre o progresso económico, inclusão social e defesa do ambiente.
O director do CineEco, Mário Jorge Branqinho, fez um balanço positivo da edição deste ano do evento, referindo que pelo certame passaram mais de 7 mil espectadores. “De todas as edições, foi o melhor Festival em termos de qualidade dos filmes em competição e da diversidade dos temas pertinentes abordados. Ao fim de 21 anos, o CineEco consolida-se cada vez mais no panorama dos festivais internacionais de cinema”, disse.
O Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, que decorreu na Casa Municipal da Cultura de Seia e no CISE - Centro de Interpretação da Serra da Estrela, foi organizado pela Câmara Municipal de Seia.