Um ano sem festas tradicionais

O padre Américo Real Barroca, pároco na zona do Sabugal, Diocese da Guarda, considera que este ano as “aldeias estão vazias”, ao contrário do habitual em Agosto, devido à pandemia. “O mês de Agosto seria uma festa muito grande”, mas “os emigrantes não vieram e a população é a de sempre, poucos e envelhecidos, não parece Agosto”, refere.Para este sacerdote, responsável por mais de uma dezena de paróquias, “os emigrantes não têm motivos para vir, não há festas e sem festas seguem para outros lugares”.O padre Américo Real Barroca recorda outros anos em que os “emigrantes enchiam as ruas”, nas procissões das festas religiosas e depois na “capeia raiana”, tradição que ainda os prende às origens. Com as “aldeias muito mais vazias”, o sacerdote explica que “nas Missas estão as pessoas habituais”, um número que “noutros anos triplicava”.“O mês de Agosto trazia-lhes alegria, um objectivo de vida, era a chegada dos familiares emigrantes que lhes enchia a casa”, assinala.O sacerdote aponta ainda a realidade das novas gerações de emigrantes que aproveitavam a vinda à terra de origem, no mês de Agosto, para receber os sacramentos.O Padre Américo explica que “estas novas gerações já vinham casar cá e depois, passado um ano ou dois, vinham baptizar os filhos”. E acrescenta: “Este ano tinha seis casamentos marcados e vários baptismos, mas estão todos cancelados”.