Política


O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve no domingo, dia 26 de Outubro, em Seia, onde presidiu à sessão de encerramento da 8.ª Assembleia da Organização Regional da Guarda. Jerónimo de Sousa que falava num distrito de forte produção agrícola e pecuária disse que o problema do sector é que o Ministério da Agricultura está transformado numa “imensa máquina de propaganda” e “é hoje uma espécie de procurador dos grandes interesses do agro-negócio”. “Aí está o exemplo dos pastores da Serra da Estrela, artífices primeiros desse que é um dos melhores queijos do mundo, o Queijo da Serra, e que não encontram qualquer apoio. De um lado, têm as grandes superfícies, o monopólio da distribuição em Portugal, que esmagam os preços, e vendem produtos da mais duvidosa qualidade com denominações semelhantes a preços que destroem o mercado. Do outro têm o Governo e as suas políticas, que corta nos apoios, que, no quadro da reforma da PAC, não acautelou linhas específicas para pequenos produtores, e que continua a dar dinheiro a quem nada produz”, denunciou. Referiu também o exemplo dos produtores de batata que este ano “têm a produção em casa, porque lhe querem dar 5, 10 ou 15 cêntimos por quilo, o que nem dá para os custos de a arrancar da terra. Enquanto isso, as grandes superfícies vendem a batata a 30, 35 ou 40 cêntimos o quilo”. “E como não bastasse”, acrescentou, “o Governo veio ainda exigir que todos os agricultores se fossem colectar nas Finanças para melhor lhes extorquir novas contribuições e impostos. Com esta política expulsam milhares de pequenos e médios agricultores da actividade”. “Também na agricultura, se pode dizer que faz falta outro Governo e outra política. Uma política que garanta preços justos à produção, neste que é o Ano Internacional da Agricultura Familiar, respeite, valorize e apoie a pequena e média agricultura”, referiu.