Câmara da Guarda admite arrendar em vez de construir equipamento

“Não estaremos, nem hoje nem nunca, ao lado de um processo que levanta muitas dúvidas quanto à sua legalidade, de um processo que não foi apresentado, nem discutido nos Órgãos do Município e que hipotecará financeiramente o futuro da Câmara e o futuro do desenvolvimento desta cidade e deste concelho”, disse Cristina Correia, vereadora do PS na Câmara da Guarda, a propósito da solução apresentada pelo presidente da autarquia para o processo de construção do futuro Centro de Exposições Transfronteiriço. No final da reunião desta segunda-feira, 9 de Março, o presidente do executivo, Carlos Chaves Monteiro, disse que a autarquia vai “estudar todo este processo e apresentaremos à Guarda uma solução que poderá passar, efectivamente, por um arrendamento, porque nós não temos condições para pagar a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço”.Os vereadores do PS mostraram “oposição a este negócio”, reafirmando que não irão pactuar nem aceitar que a Câmara da Guarda fique obrigada “ao pagamento de mais de 800 mil euros por ano, durante um quarto de século, durante 25 anos, no âmbito de um qualquer contrato leonino de arrendamento”. O presidente da Câmara da Guarda admitiu que a opção do arrendamento do futuro Centro de Exposições Transfronteiriço em vez da construção é uma “possibilidade”, por não haver financiamento europeu para este tipo de obra, lembrando também que “esta matéria tem de ser objecto de discussão de reunião de Câmara”. Carlos Chaves Monteiro explicou que foi a própria empresa proprietária do terreno, a sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares e um representante de um grupo financeiro, que apresentaram a possibilidade ao município.A construção do Centro de Exposições Transfronteiriço está planeada para os terrenos de uma antiga fábrica têxtil, na zona do Rio Diz, que foram adquiridos em 2001, pelo valor de dois milhões de euros, mas nunca foram escriturados.Carlos Chaves Monteira explicou que “há agora uma possibilidade de o município receber todo o dinheiro que entregou em 19 anos” pelo terreno de que nunca fez a escritura.A solução apresentada agrada ao autarca uma vez que “não há linhas de financiamento comunitário para novas construções” e, por isso, “não vamos ter possibilidade de candidatar esta obra a fundos comunitários”. Carlos Chaves Monteiro recordou que, na Assembleia Municipal de Dezembro de 2019, foi aprovada uma moção que pedia ao executivo que encetasse “todos os esforços para a rápida e melhor resolução na passagem da propriedade dos terrenos da antiga fábrica Tavares para o município”.Cristina Correia disse que “o Partido Socialista não está contra o investimento do pavilhão multiusos na Guarda”, mas contra o modelo encontrado “para a sua concretização”.