Guarda


O incêndio que deflagrou esta segunda-feira, 26 de Setembro, no edifício do antigo Hotel Turismo da Guarda, que está devoluto há vários anos, obrigou ao corte de trânsito na zona envolvente.
O alerta para o incêndio, no interior do rés-do-chão do edifício, “foi dado pelas 11.48 horas e extinto por volta das 12.09 horas.
Os Bombeiros Voluntários da Guarda explicam que “em virtude duma pronta e eficaz intervenção das equipas, a ocorrência ficou em fase de resolução cerca de meia hora após a chegada da primeira equipa”.
De acordo com o CDOS da Guarda, as causas da origem do incêndio, que apenas atingiu o rés-do-chão, “vão ser averiguadas pelas autoridades policiais”.
Para o local foram mobilizados um total de 42 homens e 12 viaturas dos Bombeiros Voluntários da Guarda, da Protecção Civil Municipal e da PSP.
Com forte presença no centro da cidade, o edifício do antigo Hotel de Turismo foi construído em 1936 por iniciativa municipal, com projecto do Arquitecto Vasco Regaleira, na sequência de um concurso público do “hotel modelo” para as várias regiões do país, lançado pelo então “Comissariado de Turismo”.
O Hotel foi inaugurado em 1947 e mais tarde, em 1958, ampliado e classificado de 3 estrelas, ficando com um total de 2 suites e 101 quartos, apoiados por restaurante, bar, piscina e pequeno jardim.
O edifício possui uma imagem regionalista baseada no modelo das “Casas Portuguesas”, defendido pelo Arquitecto Raúl Lino, e com orientações pessoais do Engenheiro Duarte Pacheco, então Ministro das Obras Públicas e Comunicação.
O Hotel Turismo da Guarda, depois de desactivado foi um dos 33 imóveis do lote inicial do programa Revive, uma iniciativa dos ministérios da Economia, da Cultura, das Finanças e da Defesa, que conta com a colaboração das autarquias locais e a coordenação do Turismo de Portugal e que pretende recuperar e valorizar património público devoluto e reforçar a atractividade dos destinos regionais.
Recorde-se que em Maio de 2018, foi assinado contrato de concessão para a recuperação e exploração deste imóvel pelo consórcio composto pelas sociedades MRG Property e MRG – Construction, mas o projecto não avançou, devido a dificuldades financeiras.
O contrato foi revogado, sendo posteriormente lançado novo concurso com o objectivo de dar uma nova vida a este emblemático edifício da cidade da Guarda, mas que não teve interessados.