Melo


O presidente da União de Freguesias de Melo e Nabais, Salvador da Cruz Dias, defende a criação, na aldeia de Melo, de uma pequena Biblioteca dedicada ao escritor Vergílio Ferreira. “Precisávamos de uma mini Biblioteca de Vergílio Ferreira, que pode estar para breve, nunca sabemos. Temos a Casa da Câmara que, em princípio, vai ser arranjada e não sabemos o que a Câmara Municipal de Gouveia pretende pôr lá, mas somos apologistas que fosse lá colocada uma mini Biblioteca”, disse o autarca ao Jornal A GUARDA. Salvador da Cruz Dias disse que a acontecer a intervenção na antiga Casa da Câmara, a intenção da Junta de Freguesia também era instalar lá o Posto dos CTT. “No andar de baixo funcionavam os CTT e no andar de cima ficaria então uma mini Biblioteca que receberia as pessoas que se deslocassem a Melo por causa do escritor Vergílio Ferreira”, justificou. O autarca contou que a localidade de Melo recebe “muitas pessoas ao longo do ano”. Com a inauguração de um largo alusivo ao escritor, (o Chão do Paço) requalificado em 2007, - onde está o Recanto de Leitura (“Escrevo para tornar visível o mistério das coisas. Escrevo para ser, escrevo sem razão”, Vergílio Ferreira, in “Pensar, 1992), e se encontram gravações no granito com referências a obras do autor (“Signo Sinal”, 1979, “Para Sempre”, 1983, “Contos”, 1976, etc.) e a etapas da sua vida (1926 - 1932 estadia no Seminário; nasce em Melo a 28/01/16, morre em Lisboa a 1/03/1996, jaz em Melo; etc.) - o número de visitantes aumentou. “Com a inauguração do largo passou a haver mais movimento, as pessoas deslocam-se a Melo com frequência. Chega a haver autocarros com alunos de várias escolas”, contou o presidente da Junta.
Salvador da Cruz Dias referiu ainda que os visitantes da terra natal de Vergílio Ferreira, para além da praceta alusiva ao escritor, podem visitar a casa onde viveu (a Vila Josephine, que tem a seguinte inscrição na fachada “Aqui estou, na casa grande e deserta. Para sempre”; que se encontra fechada), o cemitério (onde repousam os seus restos mortais) e o património da aldeia. Na vertente patrimonial, podem ser visitados o antigo Paço de Melo (a sua construção remonta aos séculos XIII e XIV), a igreja matriz (com altares dos séculos XVII, XVIII e XIX), a capela da Misericórdia (fundada no ano de 1567), a antiga Casa da Câmara (Melo foi elevada a vila por D. Afonso V, em 1515, e foi sede de concelho até 1834), o Pelourinho (século XVI) e a capela de Nossa Senhora da Conceição (de estilo renascentista). A localidade também possui um Museu Etnológico, que está aberto ao público desde 1999.