Fornos de Algodres


A Junta de Freguesia de Maceira, no concelho de Fornos de Algodres, pretende criar um espaço museológico dedicado ao actor Raul Solnado, falecido em Agosto de 2009, que quando era criança viveu alguns anos na aldeia. Raul Solnado nasceu em Lisboa, mas viveu até aos 7 anos em Maceira, de onde a mãe era natural, sendo o pai oriundo da Sertã, no distrito de Castelo Branco. “A mãe morreu de parto e pouco tempo depois ele veio aqui para a Maceira onde foi criado pela avó e esteve até aos 7 anos, indo depois viver com uma tia em Lisboa”, contou ao Jornal A GUARDA José Carlos dos Santos, primo em segundo grau de Raul Solnado. Pela ligação que Solnado tem a Maceira, a Junta de Freguesia, presidida por Luís Reis, vai criar uma sala, no edifício da Junta, de homenagem ao actor. “A ideia é reunir naquela sala algum espólio dele. Já foi contactado o filho, Renato Solnado, e mostrou disponibilidade em oferecer algum espólio do pai”, disse o autarca. Segundo Luís Reis, o espaço seria uma mais-valia para a Freguesia pois permitiria atrair visitantes e também prestar homenagem a um homem ilustre que está ligado à terra. “Podia ser mais um atractivo para a Freguesia e para o concelho”, admite. O autarca lembrou ainda que em 10 de Maio de 2003, Solnado deslocou-se a Maceira e a população prestou-lhe uma homenagem. A data ficou assinalada com a colocação de um painel de azulejos na casa onde viveu: “Homenagem dos habitantes de Maceira ao actor Raul Solnado, que nesta casa passou alguns anos da sua infância”. A casa onde Raul Solnado viveu pertence agora ao casal Celso e Fátima Rodrigues, que vive em Oeiras, mas passa em Maceira alguns períodos do ano, nomeadamente o Verão, a Páscoa e o Natal. O casal tem “um orgulho muito grande” em ser proprietário da casa onde viveu o actor e humorista. Celso e Fátima Rodrigues contaram ao Jornal A GUARDA que muitas pessoas que visitam a aldeia “perguntam quantos anos ele aqui esteve a viver e às vezes tiram fotografias”.
José Carlos dos Santos, familiar de Raul Solnado, lembra que o primo em segundo grau, com quem esteve pessoalmente “quatro ou cinco vezes”, era “pequenito e muito brincalhão”. “Estava sempre na palhaçada. Era uma pessoa que estava sempre bem disposta. O meu avô era muito parecido com ele, pois se alguém o picasse com alguma coisa, arranjava logo alguma brincadeira”. O actor Raul Solnado morreu no dia 8 de Agosto de 2009, aos 79 anos, de doença cardiovascular grave, em Lisboa. Raul Augusto Almeida Solnado nasceu a 19 de Outubro de 1929, foi humorista, apresentador de televisão e actor. Começou a trabalhar em 1947 no teatro amador. Em 1952 estreou-se profissionalmente num show no Maxime e a partir daí não mais parou: opereta, revista, teatro clássico, cinema, televisão. O grande salto na carreira do actor deu-se na década de 1960 com o monólogo “A Guerra de 1908”, estreado em Outubro de 1961. Em 1969, com Carlos Cruz e Fialho Gouveia, apresentou na RTP um programa inovador que se tornou um marco na programação televisiva: o “Zip-Zip”.