Aproximam-se as datas em que as pessoas têm por hábito deslocar-se, por vezes de longas distâncias,

para fazerem memória dos seus entes queridos falecidos, homenageando-os e sufragando-os em celebrações de sufrágio e romagens aos cemitérios.Este ano, pelas razões conhecidas, não podemos fazer as habituais romagens aos cemitérios, em grupo alargado e presididas por ministros da Igreja, como em anos anteriores.Mas nem por isso ficamos dispensados de fazer essa memória agradecida daqueles que por nós fizeram tudo o que estava ao seu alcance. Guardamos o seu testamento de vida e procuramos dar-lhe o devido cumprimento com as nossas opções e comportamentos.Também afirmamos a nossa convicção de Fé de que a vida não acaba no acontecimento da morte, mas permanecemos sempre com a esperança de todos nos encontrarmos no coração do próprio Deus. Por isso, fazemos oração de sufrágio por todos e cada um deles e, na medida do possível, procuraremos participar em alguma das Celebrações Eucarísticas marcadas e anunciadas com essa finalidade, sempre no respeito pelas regras de combate à pandemia que são conhecidas.Todavia, mesmo sem romagens aos cemitérios presididas por ministros da Igreja, como é tradicional, tanto nós sacerdotes como as pessoas em geral não ficamos dispensados de fazer a nossa romagem, pessoal ou em família, em horas convenientes, para nos recolhermos, junto às campas dos que nos são mais queridos, em memória agradecida e também em oração de sufrágio. Para ajudar cada pessoa e cada família nesta romagem, a título pessoal, recomenda-se um momento de meditação, à luz da Palavra de Deus sobre a vida que vence a morte (Ev. de S. João, 11, 17-27: “Eu sou a Ressurreição e a vida, quem acredita em mim, ainda que tenha morrido, viverá”), a recitação de um salmo (Salmo 129: “Confio no Senhor, confio na sua Palavra”) e uma prece de intercessão por aqueles de quem queremos fazer memória.Esperamos que, no próximo domingo, dia 25 do corrente, em todas as assembleias dominicais, isto seja lembrado e sejam dadas as orientações necessárias para todos podermos viver, embora este ano de forma diferente, a nossa romagem ao cemitério onde repousam os restos mortais dos que nos são mais queridos.A nível nacional, os Bispos Portugueses reunir-se-ão em Fátima, no próximo dia 14 de novembro, para uma Celebração Eucarística de sufrágio por todas as vítimas da pandemia, no nosso país e convidam as pessoas em geral a acompanhá-los, mesmo à distância, nesta prece.19.10.2020+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda