Eleições ficaram marcadas pela desistência de Eduardo Brito

António Saraiva foi eleito, na sexta-feira, dia 4 de Março, presidente da Federação Socialista da Guarda, num acto eleitoral que ficou marcado pela polémica e pela desistência de Eduardo Brito, ex-presidente da Câmara Municipal de Seia.

O novo líder, que substitui José Albano Marques, que liderou o partido no distrito desde 2008, referiu, após o apuramento dos resultados, que nos próximos dois anos vai trabalhar para “ver o partido unido e coeso”. “Todos unidos faremos, com certeza, um PS vitorioso e um PS com outra coesão e outra dinâmica em defesa das nossas populações”, declarou. “A partir de hoje o partido irá começar um novo ciclo, com novos métodos”, mas sem esquecer a história e o passado, disse António Saraiva, assumindo também o desafio de fazer do partido “a maior força partidária” ao nível das autarquias. Disse que nas eleições autárquicas de 2017 pretende consolidar as autarquias onde o PS já é poder e ganhar outras onde é oposição.

Dos 1.349 militantes inscritos nos 14 concelhos do distrito da Guarda votaram 571 (os militantes da secção de Trancoso não votaram porque a sede não abriu as portas), tendo o único candidato obtido 524 votos. A lista de António Saraiva obteve 4 votos em Aguiar da Beira (dos 74 inscritos votaram 6), 24 em Almeida (dos 30 inscritos votaram 26), 194 em Celorico da Beira (310 inscritos - 204 votantes), 39 em Figueira de Castelo Rodrigo (62 inscritos - 40 votantes), 32 em Fornos de Algodres (77 inscritos - 32 votantes), 36 em Gouveia (82 inscritos - 44 votantes), 72 na Guarda (171 inscritos - 83 votantes), 13 em Manteigas (30 inscritos - 15 votantes), 15 na Mêda (85 inscritos - 18 votantes), 7 em Pinhel (22 inscritos - 8 votantes), 10 no Sabugal (35 inscritos - 10 votantes), 3 em Seia (157 inscritos - 7 votantes) e 75 em Vila Nova de Foz Côa (162 inscritos - 77 votantes).

Na corrida à Federação Socialista também entrou inicialmente o ex-autarca de Seia, Eduardo Brito, mas desistiu na sexta-feira, dia 4 de Março, por considerar “não estarem reunidas as condições democráticas necessárias à realização do ato eleitoral”. “A Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS/Guarda, numa atitude violadora dos mais elementares princípios de um Estado de Direito, impediu as nossas listas da Guarda, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Manteigas, Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo de hoje disputarem as eleições”, justificou o ex-candidato. O ex-autarca anunciou que iria impugnar o acto eleitoral junto da Comissão Nacional de Jurisdição do PS.

O ex-presidente da Federação Socialista da Guarda, José Albano Marques, considerou “lamentável” a desistência de Eduardo Brito à liderança daquele órgão distrital, no dia em que se realizavam as eleições. “Eu penso que Eduardo Brito teve medo de perder as eleições, porque o que estava em causa era ele ver cair seis listas de delegados e António Saraiva ver cair duas listas. Mesmo sem lista de delegados podia ir às eleições”.

O presidente da COC, António Carlos Santos, esclareceu que aquele órgão, que também integrava um elemento de cada candidatura, limitou-se a cumprir o regulamento eleitoral, indicando que foram detectadas irregularidades nos processos relativos à eleição dos delegados de ambas as candidaturas e que foram informadas para os suprimirem dentro dos prazos.