Almeida


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve no sábado, dia 26 de Agosto, em Almeida, onde participou nas actividades de Recriação do Cerco, ocorrido durante as Invasões Francesas de 1810, e prometeu empenhar-se na candidatura da vila a Património da Humanidade da UNESCO. A fortaleza de Almeida figura na lista indicativa da UNESCO para uma candidatura das “Fortalezas Abaluartadas da Raia”. Na sessão de encerramento do Seminário Internacional sobre Arquitectura Militar “Fortalezas Modernas e Identidades Nacionais”, organizado pela Câmara Municipal de Almeida no âmbito da estratégia de candidatura da vila a património mundial, disse que a cultura “é a chave do progresso das sociedades”. E acrescentou: “Avançam mais aquelas que nos indicadores de desenvolvimento humano têm patamares culturais mais elevados. Ficam para trás aquelas que não acompanham esses patamares”. E depois de o presidente da autarquia de Almeida, António Batista Ribeiro, ter pedido o envolvimento do Presidente da República na candidatura da vila a património da humanidade, Marcelo Rebelo de Sousa disse que irá dar o seu apoio, por se tratar de “uma causa nacional”, e desejou que ela tenha sucesso ainda durante o seu mandato. Disse que dentro de uma semana ou duas receberá em Lisboa os autarcas dos Municípios envolvidos na candidatura das “Fortalezas Abaluartadas da Raia” para conhecer em pormenor os meandros da mesma. “Podem contar com o apoio que darei obviamente a essa candidatura”, declarou, prometendo até conversar com o Rei de Espanha sobre a candidatura. No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda que as fronteiras portuguesas são das mais estáveis do quadro da Europa e as mais antigas e as fortalezas da raia “foram e são, um símbolo de identidade nacional”. “As fortalezas da raia são importantes hoje como instrumento de paz, de progresso, de desenvolvimento económico, social e cultural, desde logo, com o país vizinho”, afirmou, acrescentando que nos dias de hoje, o papel das fortalezas “não é um papel de guerra, é um papel de paz”. Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que a cultura e o turismo cultural são essenciais para o desenvolvimento do Interior do país. “Quando, por vezes, se fala, no quadro da oposição, entre o Litoral e o Interior (…) eu imediatamente respondo que há um futuro promissor nesse chamado interior e que a cultura e o turismo cultural são essenciais para esse futuro. Num diálogo entre especialistas de um lado e de outro da fronteira, entre universidades, entre instituições culturais, no desenvolvimento de pólos que atraiam, cada vez mais especialistas, ou leigos, para conhecerem aquilo que desconhecem, é um grande desafio”, afirmou. Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que esse “é um grande desafio de futuro”. A visita do Chefe de Estado terminou depois das 18.30 horas, com a cerimónia de apresentação de honras ao Presidente da República e do arriar das bandeiras, junto do edifício da Câmara Municipal de Almeida. Quando Marcelo Rebelo de Sousa se encontrava no local, onde se juntou uma grande multidão, foram muitos os presentes que aproveitaram para o cumprimentarem e para tirarem as já tradicionais fotografias com os telemóveis.
As comemorações do Cerco de Almeida, que começaram no dia 24 de Agosto e terminaram no dia 27 de Agosto, recordaram os episódios verificados em 1810, durante a terceira Invasão Francesa. As recriações históricas do cerco que levou à capitulação da Praça-Forte de Almeida envolveram grupos de recriadores e figurantes nacionais e estrangeiros. O programa incluiu iniciativas de carácter científico, histórico e cultural, destacando-se as recriações históricas, um seminário internacional e um mercado de inspiração oitocentista com ofícios, mercadores, repastos, oficinas, acontecimentos e personagens de época.