Opinião
- Detalhes
- José Augusto Sacadura Garcia Marques
- Opinião
O VERÃO DO NOSSO DESCONTENTAMENTO
- Detalhes
- António José Ramos de Oliveira
- Opinião
Vasco da Gama decidiu regressar ao reino de Portugal
- Detalhes
- José Albano
- Opinião
Hoje vou escrever sobre um tema de que muito pouco enxergo, que é o futebol.
- Detalhes
- José Augusto Sacadura Garcia Marques
- Opinião
- Detalhes
- António Salvado Morgado
- Opinião
- Detalhes
- António José Ramos de Oliveira
- Opinião
Viagens ao reino de Clio
D. Manuel, Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia (IV)
Abril, 7 – Ao sol-posto fomos pousar defronte da cidade da Mombaça e não entrámos no porto. Diante da cidade estavam muitas naus, todas embandeiradas com seus estandartes. E nós, por lhe termos companhia, fizemos outro tanto aos nossos navios, que nos não falecia senão gente, que não tínhamos, porque ainda essa pouca que tínhamos era muito doente.
7 de abril de 1498 - “Roteiro da Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia”, provavelmente escrito por Álvaro Velho durante a expedição.
Na sua viagem marítima para a Índia Vasco da Gama beneficiou de alguns conhecimentos técnicos de navegação, que os descobridores portugueses, seus predecessores, tinham reunido. Começou por seguir a habitual rota dos navios, acompanhando a costa marroquina para sul e assim que passaram as Canárias, rumou às ilhas de Cabo Verde. Aqui fizeram a primeira escala, para reparações e reabastecimento de víveres e água e seguiram para sudeste. Na proximidade da Serra Leoa, os navios afastaram-se da costa e rumaram para sul, em mar alto, pois os navegadores sabiam que existiam correntes e ventos contrários junto à costa africana.
Assim navegaram cerca de três meses sem avistar terra, mas alcançaram a baía de Santa Helena, cerca de 125 milhas a norte do cabo da Boa Esperança, onde avistaram pela primeira vez nativos africanos. Um grupo de portugueses aproveitou para desembarcar, capturou um nativo e trouxe-o ao comandante. A bordo foi-lhe dado jantar, à mesa do comandante, e depois de o vestirem, soltaram-no novamente. Este ato provocou alguma aproximação entre os dois povos, pois durante três dias trocaram mercadorias. Contudo, a certa altura, um dos marinheiros ofendeu um dos nativos e vários portugueses, incluindo Vasco da Gama, ficaram feridos por lanças que lhes atiraram.
Ao fim de uma semana zarparam da baía de Santa Helena e dirigiram-se para o cabo da Boa Esperança, que só conseguiram dobrar ao fim de quatro dias, pois o mar estava tempestuoso.
Três dias depois, Vasco da Gama fundeou na angra de São Brás, atual baía de Mossel, cerca de 300 milhas a leste do cabo, para se reabastecer de água potável e levantar o primeiro padrão, que um grupo de nativos enfurecidos deitou abaixo.
Quinze dias passados, a expedição passou junto ao último padrão que Bartolomeu Dias erigira em 1488.
Cerca de um mês depois, lançaram ferro no amplo porto junto da atual cidade de Quelimane, já para norte na costa de Moçambique, onde fundearam durante um mês.
Aqui, Vasco da Gama sentiu-se encorajado pelos indícios de que alcançara a periferia do domínio comercial árabe, pelo que deu o nome de “Rio dos Bons Sinais” ao rio que ali desaguava.
A rota que seguiam ia-lhe dando cada vez mais sinais de que se aproximavam de águas percorridas pelos navios árabes.
Navegando com o auxílio dos pilotos árabes, a frota chegou a 7 de abril de 1498 a Mombaça, na costa do Quénia, e ancorou ao largo, pois Vasco da Gama, receoso de uma cilada, hesitava em levar a sua armada para o porto.
Após escala em Melinde, a frota aproveitou a monção de sudoeste, que, nos meses de Primavera e de Verão, sopra com regularidade no oceano Índico da África para a Índia, e aportou a 18 de Maio de 1498, em Calecute. Nesta cidade constataram que existiam imensos armazéns e lojas a abarrotar de todas as mercadorias exóticas por que os portugueses ansiavam: sedas e porcelanas finas; pérolas, safiras e rubis; ouro e prata, e grandes sacos cheios de cravinho, noz-moscada, canela, pimenta, gengibre e outras especiarias aromáticas.
Existe um relato da viagem de Vasco da Gama, o “Roteiro da Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia”*, provavelmente escrito por Álvaro Velho, que participou como marinheiro ou soldado na expedição do descobridor português.
Eis um excerto:
“12 de novembro de 1497 – Vieram obra de 40 ou 50 (negros) e nós, depois que jantámos, saímos em terra e, com ceitis que levávamos, regatámos conchas que eles traziam nas orelhas, que pareciam prateadas. Neste mesmo dia, um Fernão Veloso que ia com o capitão-mor desejava muito ir com eles a suas casas, para saber de que maneira viviam e que comiam ou que vida era a sua. E pediu mercê ao capitão-mor lhe desse licença para ir com eles a suas casas. E o capitão o deixou ir com eles; e nós tornámos ao navio do capitão-mor a cear e ele se foi com os ditos negros. E, tanto que eles de nós foram apartados, tomaram um lobo-marinho e foram-se ao pé de uma serra, em uma charneca e assaram o lobo-marinho; e deram dele ao Fernão Veloso que ia com eles e das raízes de ervas que eles comiam. E, tendo acabado de comer, disseram-lhe que se viesse para os navios; e não quiseram que fosse com eles.”
*O “Roteiro da Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia” está registado na “Memória do Mundo” da UNESCO. O registo faz parte da lista de documentos de todo o mundo que é preciso guardar no baú da História para evitar a «amnésia coletiva».
- Detalhes
- José Albano
- Opinião
Um governo sem lei
As últimas eleições legislativas que ocorreram em Portugal, tiveram lugar no dia cinco de junho do ano de 2011.Nessa corrida, estiveram vários partidos e coligações que para cativarem o eleitorado apresentaram o seu programa de governo, bem como outras noções que visavam tornar Portugal, num país mais próspero e justo. Aliás os políticos de topo da nossa praça são muito hábeis nessa matéria, pois a primeira cadeira que tiraram dentro do partido em que militam foi a arte de “colar cartazes”, daí alcançaram o estatuto de apoiantes de primeira fila, onde em constantes palestras ouvidas aos seus líderes, também arranjaram traquejo, que em termos de oratória lhes dá o condão de arrastarem multidões. O povo por sua vez vê os partidos em jeito de clube e pouco valor dá ao currículo de quem se apresenta a sufrágio.
Quero com isto dizer que quem tem mais votos, com toda a legitimidade, é quem deve ser eleito e nomeado para a formação do governo para a legislatura a que esse ato eleitoral corresponde, sendo ainda correto fazer os arranjos parlamentares que lhe garantam uma estabilidade governativa durante o mandato que lhe é atribuído.
Chegados aqui, temos que dizer que tudo na vida tem regras, e claro que as regras da governação são as “leis”, que por sua vez têm que estar em concordância com a Lei Base da Nação, que é a constituição da República. Como o que aqui digo tem que forçosamente ser verdade, não pode nenhum governo, seja ele de que pinta for, assumir compromissos que não estejam dentro desta bitola legal.
Também não é menos verdade, que um governo que para agradar ao capital, passa a fazer o invés do que tinha mencionado no programa, moralmente torna-se ilegítimo, e apenas se mantém em funções, porque tem a seu lado a contagem dos correligionários nas cadeiras de São Bento. Por sua vez Belém também já não tem o discurso repreendente e austero da tomada de posse da reeleição de quem ali “exerce” o mais alto cargo político.
Como estamos na presença de um governo fraco com os fortes e forte com os fracos, nada mais faz do que se desviar, assim que possa, da lei fundamental do país, amordaçando o seu povo para de seguida assumir um qualquer compromisso perante os poderosos, a quem é solicitado de cócoras.
Quem não cumpre na íntegra as funções para as quais está habilitado, sujeita-se as sanções que se vão agravando com a reincidência. Todos sabemos que depois de habilitados ao exercício da condução, se não cumprirmos sistematicamente o código da estrada, mais cedo ou mais tarde, o título que nos habilita, acaba pornos ser retirado. Este exemplo que aqui dou, apenas sujeita o mais comum dos mortais, pois quem não é pessoa de bem isenta-se, como é caso de quem tem como lema aferroar o zé-povinho.
Na hora de reprimenda cai o Carmo e a Trindade, destapam-se até negócios que passaram por baixo de mesa, que acabam por envergonhar um país com quase nove séculos de história e que está dento das fronteiras mais antigas da Europa.
Pensando melhor…eu talvez não esteja certo! Não sei se Portugal ainda se mantém como nação independente, pois o dia que assinalava esse evento era feriado e foi riscado do calendário. Estou a falar do dia cinco de outubro de ano de 1143, que na conferência de vizinha cidade de Zamora, com a presença de uma delegação papal, chefiada pelo cardeal Guido de Vico. Por falta de conhecimento ou por vantagem própria, o Poder apenas relaciona esse dia com a implantação de República, evento que aconteceu há um século e pico.
Em meu redor, vejo o número de pobres a aumentar, muito embora os milionários aumentem, mas noutras paragens, pois aqui não existem nascentes que possam fornecer água para manter peixe graúdo.
Sou dos que acredito que temos ainda que chegue para todos, mas também sei que é demasiado deficiente a cadeia da distribuição: Um cântaro para uns poucos. Um dedal para milhões.
Mas que adianta falar! Por cá sempre se ouviu: - Uns comem tudo… e o pequeno paga as favas.
- Detalhes
- Lucinda Coutinho Duarte
- Opinião