Penso eu, e não devo estar longe da verdade, que onde aparece a violência a presença do crime é inevitável

. A violência revela fracasso de quem a põe em prática, porque incide sempre sobre os mais vulneráveis e desprotegidos, pelo que demonstra ainda uma falta de senso por parte do mesmo autor, que não fez uso de outros meios para sanar qualquer uma situação menos lícita.
As forças policiais, podem e devem recorrer à força para repor a tranquilidade em situações de tumulto. A esta atuação policial, que quase sempre merece críticas sem a devida fundamentação, é denominada por carga policial, donde por vezes resultam vítimas, muitas vezes repartidas pela força da ordem e pelos recalcitrantes.
Estou certo de que a boa conduta policial, apenas chega a esta situação, depois de se terem gorado todas as outras tentativas, desde o diálogo aos alertas e perante um número significativo de pessoas que tem como objetivo uma ilegalidade.
Em situações isoladas, a ofensa a uma Força Policial, ou a um dos seus agentes, é crime. O prevaricador é detido, constituído arguido e presente a Tribunal, onde normalmente é julgado de imediato. A detenção, raras vezes é aparatosa, tendo em conta a preparação das forças da ordem.
Depois do que deixo dito, trago a esta página os acontecimentos ocorridos em dezassete de maio do ano que decorre, em que estiveram envolvidos um senhor oficial da PSP Filipe Silva e um adepto do Benfica de nome José Magalhães. Estou certo que não há fumo sem fogo, toda a minha vida o ouvi dizer, no entanto para aquilo que o senhor oficial diz que ouviu e a cuspidela que ninguém ainda veio a testemunhar, aliás tudo o que sei, é o pouco que nos é divulgado. Pois tanto o Tribunal de Guimarães, como a própria PSP, ou ainda o Governo, nada acrescentam. Apenas nos dizem que estão à espera do que há-de vir.
Qualquer que fosse o palavreado usado pelo então constituído arguido José Magalhães ao dirigir-se ao senhor oficial Filipe Silva, em nada se justificava a brutal dose de pancadaria com que foi servido de imediato, na presença de pai e dos filhos e em direto para todo o Mundo civilizado. Estou convencido de que ambas as partes estavam no sítio errado à hora errada. Mais: até o senhor de elevada patente da PSP, não se deve ter apercebido da captura televisiva.
Pelo que sei através da imprensa falada e escrita, estamos na presença de um senhor oficial, correto e com elevados dotes de liderança. Aqui, vá lá saber-se porquê, perdeu as estribeiras colocando a sua carreira num piso de derrapagem. Sei que há muitos motivos, quer de natureza pessoal, quer de natureza familiar que nos alteram a conduta profissional, e vá lá agora a gente saber qual foi?
Estaria em causa o clubismo desportivo, que virou a situação em campo alheio e acabou por fazer o campeão na cidade-berço? Seriam os excessos manifestados pela claque benfiquista que ele sempre teve pela frente, que lhe desequilibraram o raciocínio mental? Tudo isso podia ter acontecido.
Mas há um fator de grande importância, de que nunca ninguém falou. Parece pouco provável, mas poderá ter acontecido; estou a falar da taxa de alcoolémia. Penso que numa situação em que uma “FARDA” saiu envergonhada, pelo ato indigno de um seu superior, devia haver providências no imediato para aclarar esta situação. Até poderá ter havido, mas se houve, por conveniência, não é divulgada.
É por este meu pensar que estranho o recolhimento do senhor Oficial agressor, quando ele próprio se apercebeu do disparate que tinha cometido.
Claro que o fim acaba por chegar. Mas tenho que deixar um recadinho ao José Magalhães. Cito-lhe uma frase que já ouvi a um ilustre advogado das minhas relações:- “A justiça é uma prostituta, que está sempre disposta a abrir as pernas ao mais forte”.