Dir-me-ão que é uma patetice referir isto a Costa, porque os políticos são o que são e que já a comunidade desse génio supremo que foi Pitágoras os situava no lugar dos “impuros”.
Mas que havemos nós de fazer senão identificar e perscrutar soluções para os problemas? Ainda por cima é decoroso fazê-lo num jornal religioso.
Permitam-me que seja cru: alguém que já viajou centenas de milhares de quilómetros pela Europa Ocidental, de Esparta ao Cabo Norte e das montanhas austríacas às grandes massas líquidas finlandesas e país lapão (espalhado por várias soberanias nórdicas), tem a irrestrita obrigação de declarar que, ou Portugal desmascara a fancaria de políticos que tem tido – e a malignidade da sua origem, o regime implantado a 25-IV –, ou descerá permanentemente em relação ao meio em que se insere.
Outro aspecto – apenas mais um – da malignidade de Costa está em ter mandado embranquecer a cor da pele para as fotografias dos cartazes de propaganda. A mim sempre me comoveu o excelso desiderato de um Portugal multi-racial e multi-continental.
Mais. Uma das mais excelsas personalidades com que, profissionalmente, me deparei foi, na Academia Sénior, uma senhora mestiça. É um anjo de grandeza – de que Costa está nos antípodas, claro. Razão por que os gritos de apoio que lhe foram dirigidos pelos camaradas só podiam suscitar-me arrepios. Como costuma dizer um amigo: “É que isto não é a feijões!”.
O homem de serviço do P”S” na TV era o ex-ministro Vieira da Silva. Não houve um único comentador razoável. Reconhecer que os “socialistas” são os grandes responsáveis pela hecatombe com que fomos afligidos ter-se-ia como um pressuposto. Mas não. O discurso – e o registo – de todos, diga-se, era de “bota abaixo”. Em vez de reconhecerem os seus erros e/ou limitações estavam num clima confrontacional. Insuportável!! Aliás, o que Vieira da Silva escancara (ou) é (foi) um défice de afirmação.
Em 31-III-2010, na Fundação Cupertino de Miranda (Porto), a abarrotar de oficiais e outras personalidades – em que esteve também o mais condecorado herói do Exército Português de todos os tempos, o nado guineense Marcelino da Mata –, o General Carlos de Azeredo declarou:” A República de 1910 quase destruíu o País; e esta, se lhe deixarmos, fará ainda pior”. Eu estava lá. A malignidade tem que acabar!!
Guarda-27-X-2015
* Para a citação do Livro de Jeremias optei
por uma tradução, minha, do Inglês.