O cor-de-rosa é uma cor tradicionalmente associada ao romantismo,

à ternura, a alguma ingenuidade e tem um caráter eminentemente feminino. Aliás, há uma íntima associação de outras características da cor rosa, como beleza, suavidade, pureza, fragilidade e delicadeza como a natureza da mulher.O rosa é a cor das emoções, dos afetos, da compreensão e do companheirismo. Representa os sentimentos genuínos.Felizmente que há no nosso país um Portugal de cor rosa. É o Portugal da superação, do sacrifício, da solidariedade, da compreensão, da amizade, da determinação, da equidade e do respeito. É o Portugal Humanista, onde não cabe o pretensiosismo e em que a arrogância, a soberba e a superioridade moral estão ausentes das palavras e ações de todo esse vasto universo dos nossos concidadãos. Este é o Portugal autodisciplinado que no período de pandemia em que vivemos soube impor a si próprio um confinamento profilático exigente, muito antes de as autoridades políticas e sanitárias o terem aconselhado ou imposto. Este é o Portugal que respeita as determinações do Estado de Emergência, que, entretanto, foi decretado, e silenciosamente tem acatado os condicionalismos que impedem a despedida dos entes queridos que, infelizmente, nos vão deixando todos os dias, da mesma forma que ordeiramente aceitou não celebrar a Páscoa, a festividade mais importante para todos os cristãos. Há algo que possa ser mais importante na vida de todos nós do que as duas situações que acabei de referir? Eu diria que não e muitos, mas mesmo muitos portugueses pensam exatamente da mesma forma. São os portugueses que pertencem àquele Portugal de cor rosa de que comecei por falar. O Portugal dos valores civilizacionais que permitiram a construção e concretização da sociedade ocidental em que vivemos e que tanto prezamos.Mas nem tudo no nosso país é de cor rosa. Há também o Portugal da cor da rosa, o que é substancialmente diferente, podendo até parecer semelhante.Enquanto que no Portugal de cor rosa e no uso da nossa liberdade nos soubemos autoconfinar em liberdade e prescindir dessa mesma liberdade quando tal nos foi pedido, a bem da saúde pública de todos nós, no Portugal da cor da rosa entende-se que nem todos estão sujeitos às mesmas restrições, porque os portugueses não são todos iguais. Fazem melhor, dizendo que somos todos iguais, mas depois fazem uns mais iguais do que outros, defendendo que no 25 de Abril não têm que ficar em casa, como exigem a todos os portugueses.O pretensiosismo, a arrogância, a soberba e a superioridade moral determinaram a manutenção da cerimónia evocativa do 25 de Abril na Assembleia da República, concentrando centenas de pessoas num espaço fechado, algumas delas pertencentes a grupos de risco. Tudo isto apesar das vozes discordantes, que não foram tidas em conta, foram desconsideradas e até politicamente insultadas.Esta decisão dá um péssimo exemplo aos portugueses e não respeita os sacrifícios que estão a fazer, aos quais, como sabemos, foi pedido que não se despeçam dos seus entes queridos que morreram,  que não participassem em celebrações religiosas como a Páscoa, que não abracem os seus filhos, pais e avós, que fiquem fechados em casa mesmo que isso tenha levado milhares ao desemprego, que fechem as empresas e que não vão trabalhar, ainda que não tenham que comer e como pagar as suas contas.A democracia fora do parlamento não pode valer menos do que a democracia dentro do parlamento. O 25 de Abril não se fez para separar ainda mais as elites do Povo, nem para que uns fossem mais livres do que os outros. São atitudes como estas que servem de pão que alimenta o populismo que tanto diabolizam. A rosa é uma flor que aparece em vários simbolismos religiosos e espirituais, desde tempos remotos.Na tradição Hindu, a deusa do Amor Lakshmi nasceu de uma Rosa, simbolismo da beleza, pureza e perfeição.No Cristianismo, a rosa é símbolo do coração de Cristo. A rosa é símbolo do segredo guardado, pois é uma flor que se fecha sobre seu coração. Simboliza também a virgem Maria, pelo seu significado de pureza, castidade e virtude.Na Idade Média era tradição colocar uma rosa no teto da sala de reuniões para sinalizar que os assuntos a serem tratados deveriam ser mantidos em segredo. Na Alquimia, a rosa representa a Alma. No símbolo da Rosa Cruz, a Cruz representa o trabalho interno e o aperfeiçoamento e a Rosa, o desabrochar espiritual.A rosa representa doação e amor, por isso as pessoas costumam presentear quem amam com essa planta.Nos dias de hoje, no século XXI, em Portugal, a rosa simboliza algo de muito diferente. Os senhores da rosa que nos governam não sendo capazes de estarem à altura do seu povo, procuram colocar-se acima dele, não honrando os sacrifícios que os portugueses estão a fazer. A rosa simboliza assim a arrogância, o pretensiosismo e a superioridade moral.