Hoje resolvi escrever sobre o mês que em vivemos.

Estou a falar de um mês em que caem muito as castanhas e cai a folha das árvores que a têm caduca. O cair da folha no vocabulário de nosso povo, leva-nos a outro pensamento, pois sempre se disse que no cair da folha parte muita gente deste Mundo para o outro.No meu ponto de vista não deixa de haver uma certa razão. Como as temperaturas baixam, aparecem as constipações, as gripes o que faz abanar os que têm menos defesas, muitas delas minadas pela idade e acabam por partir.Por vezes não recorremos atempadamente aos agasalhos mais apropriados e daí mais o corpo se ressente, logo aí tudo vai contribuindo para as tais abanadelas que o corpo vai sofrendo.Para além do mais, o mês de Outubro tem muitos outros pormenores, que apenas são seus, estou a falar da parte agrícola pois no resto tudo se vai mantendo. Vindimas acabadas, vinho nos pipos, na esperança que o frio trate dele e começa-se a provar a primeira jeropiga, que o ar fresco acaba por convidar Por outro lado o milho já se colheu e já está no arcaz, para ser vendido. As ovelhas leiteiras já comem à cancela, para que possam dar queijo para o último mercado de Outubro, que juntamente com a venda do milho davam um grande apoio aos agricultores que tinham de pagar algumas rendas pelo “Santos”, o que equivale a dizer que é primeiro dia do mês seguinte.Tudo o que acabo de afirmar pouco tem a ver com a actualidade, estou aqui abrir o meu baú de recordações que tem os seus alicerces em meados do século passado. A minha geração sabe do que falo, muito embora as mais recentes estranhem o meu modo de pôr as coisas em comum.A grande particularidade que tem o décimo mês do nosso calendário é a mudança da hora. Independente dos equinócios ou solstícios mas em dia móvel, temos o dia maior do ano, que segundo as minhas contas, coincide com a maior noite. Estou a falar da mudança da hora de verão para a hora de inverno. Acontece no último domingo do mês em questão, que mais não é, do que às duas da manhã os relógios regressam à uma, atrasando sessenta minutos. O dia passa a ser o maior pois passa a contar com vinte e cinco horas. Como este atraso acontece durante a noite e pelas contas que eu faço, embora não garanta que estejam certas, creio que também é a maior noite.É evidente que tudo é dividido em dois períodos desiguais, a hora de inverno, a que vos falo tem a duração de cinco meses enquanto que a de verão tem sete, pois lá vem o último domingo de Março para acertar as contas a colocar tudo na estaca zero.Esta mudança horária nem sempre assim foi, teve outros modelos, pois durante a minha criação estas mudanças aconteciam no primeiro domingo de Abril para a hora de Verão e no primeiro domingo de Outubro para a hora de Inverno, o que ficava a pertencer a cada hora seu semestre.Também já durante alguns anos, poucos, prevaleceu só uma hora, que era a de verão, mas que acabou por não resultar, pois os horários dos vários sectores laborais faziam com que ficasse mais cara a energia eléctrica devido à escassez da luminosidade solar durante os períodos matinais que são muito curtos.A maioria das pessoas que conheço gosta mais da hora de verão, pois relaciona-se mais com uma temperatura mais quente e mais alegre, mas não podemos deixar de passar o inverno com as suas noites de magia onde de enquadra a quadra natalíciaO inverno é mais acolhedor, as pessoas têm mais tendência em se reunir e confraternizar, enquanto que no verão as pessoas viajam mais e procurando mais o mundo desconhecido.E por aqui fico, aproveitei esta hora a mais que o dia de hoje me deu, vinte e cinco de Outubro do ano vinte/vinte para levar até vós este tema.