O reinado de Dom José I ficou sobretudo marcado pela sua governação em conformidade com Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal-designação que recebeu apenas com 71 anos de idade.

Este conseguira um estatuto tal junto do rei que, apesar de não ter o ‘’controlo total da situação”, era ‘’antes de Novembro de 1755, o primeiro decisor político” (História de Portugal, p.362). Marquês de Pombal elevou o seu estatuto após o terramoto de 1 de Novembro de 1755, que destruiu a cidade de Lisboa e abalou fortemente o país e o Império, isto porque a capital portuguesa era o centro de Portugal e das suas possessões ultramarinas. Para dar volta à tragédia, estabeleceu quatro medidas fundamentais que mais ninguém havia pensado: enterrar os mortos, cuidar dos vivos, punir severamente qualquer ato de furto e reconstruir Lisboa. A última demorou muitas décadas a ser consumada, mas modernizou Lisboa e tornou ‘’o urbanismo pombalino a imagem de marca mais duradoura do reinado de D. José” (História de Portugal, p. 365).Por outro lado, Dom José levou a cabo uma centralização cada vez mais rígida que traduziu em inúmeras medidas contra a nobreza e o clero: extinção da distinção entre cristãos velhos e cristãos novos; reforma da Inquisição; laicização do ensino e preocupação com a educação dos nobres; promoção e estímulo da burguesia; uniformização do Direito português e do sistema judicial.Este soberano, que para além do Marquês de Pombal, era suportado pelas secretarias de Estado- apesar de a secretaria dos Negócios Estrangeiros estar acima de todas elas- era um déspota esclarecido que tinha presente as ideias iluministas de forma a sobrepor-se aos outros, governando para bem do povo e tentando assegurar o progresso dos seus súbditos e garantindo a ordem pública. Como tal, quem se opunha ao poder do rei era severamente punido. D. José não se ficou pelas palavras e cumpriu o ideal de tolerância zero para os mais ousados: aquando do motim do Porto de 1757, a cidade foi ocupada por 3000 soldados durante um ano, mais de 20 pessoas foram condenadas à morte e outras centenas a penas mais leves, como açoites públicos ou degredo.Em 1759, um atentado contra o rei levou o Marquês de Pombal a tomar medidas extremas. Para isso, mandou deter o duque de Aveiro, os marqueses de Távora e alguns jesuítas que ocupavam lugares de destaque na Corte e detinham grande influência no reino. A sentença final foi a execução de todos, incluindo mulheres e crianças, e o momento onde os sentenciados foram executados aconteceu publicamente no dia 13 de Janeiro de 1759, num descampado perto de Lisboa. Como consequência desta decisão, os jesuítas foram expulsos de Portugal e todo o processo levou a que a futura rainha, Dona Maria I, ganhasse aversão ao Marquês.Sebastião José de Carvalho e Melo reorganizou também o aparelho comercial ‘’de acordo com os conhecidos parâmetros mercantilistas” (História de Portugal, p. 366). Para isso, focou-se sobretudo no vinho português, criando a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro com o objetivo de estabelecer um preço regular que resultasse em lucro para todos os intervenientes, mas que não foi bem aceite por todos.Em termos de política externa, o Marquês de Pombal procurou sempre a neutralidade e apoio do exército inglês, e socorreu-se dos britânicos na Guerra na Península Ibérica, em que os espanhóis invadiram Portugal. O exército liderado pelo Conde de Lippe, e que contou com a ajuda de algumas milícias locais, conseguiu fazer com que a guerra terminasse em 1762.Analisando, por fim, o trabalho do Marquês de Pombal, podemos apontar que este teve sem dúvida uma enorme influência no reinado de Dom José I. Contudo, segundo Nuno Gonçalo Monteiro, as medidas deste não terão tido tanto impacte assim no curso da História de Portugal. Pode-se apontar algumas medidas de registo, como as reformas do Estado e do Governo nos múltiplos domínios da sociedade, como na Universidade de Coimbra e na Inquisição. A medida mais importante foi a ‘’afirmação violenta da supremacia da realeza sobre os demais poderes e instituições”. Por último, referir a Lei da Boa Razão, de 1769, que colocava a vontade do rei acima de qualquer lei.Deste modo, para concluir, penso que Sebastião José de Carvalho e Melo foi uma figura marcante na nossa História devido ao facto de ter conseguido tanta confiança de um monarca, que lhe deu liberdade para ir implementando medidas para o país. Para além disso, os inúmeros inimigos que foi criando e algumas sentenças algo extremas que realizou, sobretudo a pessoas tão importantes, fazem dele uma personagem distinta.