O país inteiro ouviu! O país inteiro comentou! As palavras foram ditas por quem tem as mais elevadas responsabilidades no erário publico,

os cofres do país estão cheios de dinheiro. Claro que em resposta houve logo quem dissesse que os bolsos estão vazios. A negligente afirmação, veio a ser complementada pela mesma voz, de que esse dinheiro só dá para pagar juros. Pelos vistos deve-se o mesmo, usufruindo todavia uma benesse, os credores estão a fornecer o dinheiro a um preço mais acessível, coisa que no meu ponto de vista em nada se deve à governança lusitana, mas sim ao contexto económico mundial. No entanto, não deixo de reconhecer a habilidade, que mesmo assim não deixa de ser primária, que é pedir mais barato, para pagar o mais caro.
Vendo as coisas neste pé, apetece-me perguntar para onde foi o dinheiro deste país?
O pobre nunca o teve, a classe média tem os bolsos rotos e os capitalistas apresentam-se falidos. O setor bancário mostra ao mundo inteiro, como é tão fácil limpar o dinheiro a quem com tanto custo o ganhou com sangue, suor e lágrimas. Sabe-se que muita gente tem feito mal a este país, que por sua vez tem empurrado o povo para a miséria. Em face disto, eu fico abismado, como a justiça e certa comunicação social se sente vitoriosa, falando todos os dias em apenas um que está preso. Certamente este tem culpas no cartório, em nada o quero ilibar, mas terei que afirmar que há quem tenha vigarizado milhentos cidadãos deste país, cativando-os para depósitos escuros, para depois de uma assentada se abotoarem com o dinheiro e mandarem a instituição ao charco. Lembro-me de uma tal Dona Branca que muito menos fez e muito mais pagou por isso.
As constantes ocupações dos balções do Banco Bom, a exigirem os depósitos feitos no Banco Mau, chegam ao Mundo pelos mais diversos canais televisivos, deixando o país em vergonha e dando mais sustento à velhinha máxima, no ocidente da península Ibérica existe um povo que não se governa, nem se sabe governar.
Uma vez aqui chegados e habituados a ver um governo que tenta alienar tudo o que não seja rentável, apetece-me perguntar, porque não se faz o mesmo à Banca. Pelo que vejo e entendo o Banco de Portugal, já não tem voz ativa na moeda corrente, nem tem capacidade para pôr o dedo no nariz aos agiotas que neste país sempre passaram por pessoas de bem. Esta alienação evitava ordenados ou posteriores pensões que são ofensas ao povo, e por outro lado dava azo a que fosse o Banco Central Europeu a colocar a moeda em circulação e, pelo que se sabe, a um juro muito mais barato.
Depois da quebra de várias instituições bancárias, já há quem alvitre o senhor que se segue, fundamentando a sua tese no montante que esse banco apresenta em prejuízos.
Se é verdade que não podemos viver sem o euro, senão deixa de ser verdade que sem a Europa não podemos seguir em frente, não vejo nada de mais correto do que lhe entregar o mando total em vez da subalternidade a que estamos sujeitos.
E ainda me convenço de uma outra coisa, quem viesse tentaria ser justo e neutro, faria tudo para medir pela mesma rasoira, ao contrário do espírito lusitano, que olha sempre para a sua clientela, do mesmo modo como o pastor olha para o rebanho, fartá-lo o mais rápido possível.
E a nossa autonomia? Poderão perguntar uns quantos. Para esses há a mais simples das respostas, temos que ter a noção que toda a independência necessita de gente séria e a nível de cúpulas, esse é o nosso grande deficit humano.