Ora aqui estou eu como vos prometi. Já com o Natal passado, o inverno o tomar conta do clima e os dias como eu gosto, o Sol a ganhar em cada dia que passa mais tempo acima do horizonte visual, numa corrida que terminará em vinte de junho do próximo ano, no dia em que é dedicado ao relógio do Sol.


Santo Estevão, o primeiro mártir da Igreja católica tem o seu dia no calendário litúrgico em vinte e seis de dezembro. Também é padroeiro em muitas paróquias, patrono dos diáconos, protetor dos cavalos e das dores de cabeça. No seu dia não lhe são conhecidos grandes festejos. Como exceção à regra apenas, dou conta de este Santo sair à rua com os devotos em procissão na paróquia de Ousilhão, em plena terra fria no concelho de Vinhais.
Não sei porque só aqui dou conta deste evento, mas presumo que se deve ao efeito de na segunda metade do século passado, aqui regressarem muitos emigrantes de França e da Europa central pela quadra natalícia, para festejarem a festa na família e o nascimento de Cristo. Como não havia ocasião mais propícia, aproveitando o ambiente festivo que ia já embalado, o Santo Estevão tinha o seu dia por direito próprio.
Parabenizar esta gente transmontana de gema, dá-me prazer, pois em tempos foram certamente muitos os que partiram, mas vêm alguns dos primeiros e os descendentes, que além de cumprirem o seu dever familiar, dão azo à sua Fé, reconhecendo que em horas aflitas, Santo Estevão está ali para os ajudar.
Na capital do país em Lisboa, Santo Estevão tem o seu principal monumento, que foi considerado monumento nacional já nas primeiras décadas do século passado. Fica num recanto de Alfama e que deu motivo à letra de um dos mais belos fados ouvido onde quer que houvesse portugueses, pela soberba voz do fadista Fernando Maurício. Este fado deixou a Igreja de Santo Estevão imortalizada, bem como o cruzeiro do adro, bem como os fadistas de fama que de quando em quando ali iam cantar o fado.
A Fé move muita gente e em distâncias sem medida, pois sempre sabemos que estamos a dever algum na vida, pelo que acreditamos que o credor, seja naturalmente aquele a quem pedimos a graça.
Temos que ter em conta que os seis últimos dias do ano são pouco propícios a festejo, devido a tudo o que envolve os festejos que o Natal e a passagem de ano aqui inserem, por isso mesmo temos que salientar quem deitar as mãos a esta tarefa num calendário bem apertado.
Situação idêntica passa com outro Santo venerado pelos católicos e padroeiro de paróquias, estou a falar de São Silvestre, que se festeja no último dia do ano, trinta e um de dezembro.
A celebrações da passagem de ano, que são o maior evento mundial, com uma duração contínua na base das vinte quatro horas, não deixam que São Silvestre se venere no seu dia, pois nesse dia apenas acontecem por alguns pontos algumas provas de atletismo que foram trazidas do Brasil.
Este fator faz com são Silvestre seja visto como o padroeiro dos atletas. Por isso será festejado num dia mais apropriado no ano que entra.
Falo aqui de aspetos religiosos de que vou dando conta. Não sou perito nessa matéria, mas sei que pessoas com quem convivo e que me leem gostam de recordar ou saber pela primeira vez este assunto que aqui venho expor, com todo o direito cívico e o respeito que me merecem, pois de outro modo poderia alegar um outro tema mais banal e discutível.
Para rematar, tenho que aproveitar este espaço, para desejar aos meus amigos, a todos os que me leem, independentemente do gosto, que o tão propagado ano vinte/vinte vos dê as melhores soluções para a vossa vida quotidiana e que o mais democrata dos bens não vos falte, a saúde. O dois mil e dezanove que está de abalada, nos deixa boas saídas, no dizer do nosso povo.