Abril está chegar ao fim.

Todos os eventos de maior relevância decorreram dentro do esperado embora com alguns cuidados que temos que ter em conta com os males que envolvem o Mundo e de onde Portugal não pode sair. Penso que dentro do que se esperava no sector pandémico foi tudo melhorando, muitos embora haja surtos esporádicos, a evolução da ciência e o esforço da medicina, têm colaborado para uma maior eficácia no seu combate, nunca deixando ficar, pelo menos nestes últimos meses, situações fora do controlo sanitário. É evidente que neste aspecto nada se concluiu, mas temos a certeza que sabemos lidar melhor com a pandemia e que não nos atormenta como em tempos um pouco recuados.
As cerimónias religiosas que neste mês tiveram lugar também aconteceram e muitas delas ultrapassaram as espectativas, por não haverem tido lugar nos últimos dois anos. O respeito do nosso povo pelas tradições é grande e quando por forças alheias à vontade humana surge um interregno, a retoma traz sempre maior pujança motivada pela saudade do que é bem nosso, que nos identifica e que de modo algum nós não queremos perder. Por vezes notam-se algumas alterações, mas tudo isso é de somenos importância, pois o nosso querer e a nossa vontade estão sempre presentes numa ou noutra inovação que possa haver.
Na área económica, onde se insere a agricultura, aqui o meu ângulo de visão não é dos melhores. Abril não deixa para os tempos que se seguem a humidade de que o solo necessita para ser bem produtivo. Minorou um pouco a seca que vinha do antecedente mas não o suficiente para suprir as necessidades que os agricultores vão sentir nos mais diversos ramos de actividade. No entanto tenho que aceitar que nunca se sabe o que está para vir, poderá acontecer que tudo corra bem, só que eu duvido sempre quando as coisas não acontecem no devido tempo.
Mas abril para nós tem maior significado no que concerne à cidadania, que são os direitos que nos tornam todos iguais com a valência de todos podermos ser diferentes no direito de opinião, sem que este belisque o pensamento alheio.
Este mês de abril, teve a particularidade de comemorar quarenta e oito anos do dia em que uma revolução derrubou um regime ditatorial, de que apenas por trinta e três dias não celebrou os seus quarenta e oito anos. Estes quarenta e oito anos dividiram-se em duas partes, a ditadura militar que preencheu o espaço de mil novecentos e vinte e seis a mil novecentos e trinta e três, ano em que a constituição de então daria lugar ao Estado Novo, que estaria em vigor até mil novecentos e setenta e quatro, ano em que foi derrubado no dia vinte e cinco de abril.
De então para cá, podemos afirmar que embora com algumas quezílias na vida portuguesa o regime tem sido democrático onde o povo tem manifestado o seu querer e as suas escolhas. Podemos dizer que apenas houve uns ligeiros sobressaltos nos primeiros dezanove meses. Pois o vinte e cinco de novembro de mil novecentos e setenta e cinco, as primeiras eleições legislativas de vinte e cinco de abril de mil novecentos e setenta e seis e a primeira eleição livre para a presidência da República, em que que foi eleito o General Ramalho Eanes, por sinal o último militar da nossa história, muito contribuíram para o sossego da democrática portuguesa.
Os ventos nem sempre nos têm corrido de feição, mas aqui e ali vamos corrigindo o que de menos bom nos tem acontecido na democracia em que vivemos.
Também posso afirmar, de que alguns dos governos legitimamente eleitos, têm caído. Mas isso tem acontecido por força do regime democrático e não por qualquer outra alheia e democracia e com base na conspiração.
Assim se vive por cá, com o governo nas mãos do povo, pois vai em quarenta anos que os militares se afastaram do Poder, estou a falar da extinção do conselho de revolução em mil novecentos e oitenta e dois.
Por cá vamos andando na esperança de que a paz e a serenidade nos dê a tranquilidade que necessitamos e que a voz do povo se vá ouvindo.
E por aqui ficamos por hoje e até à próxima oportunidade. Até lá, aquele abraço!