Dúvidas...

Parece que, finalmente, o nó cego se desatou e o ministro Eduardo Cabrita deixou de ser passageiro e passou a bagagem.Era Eduardo Cabrita uma bagagem que o PS não queria levar para eleições?Foram as eleições legislativas que demitiram o Ministro da Administração Interna?Será uma dúvida ou uma certeza?A Comissária Europeia Helena Dali terá produzido um guia sobre linguagem neutra LGTBQ em que sugere que se evite “assumir que todos são cristãos”, que se substitua a expressão “época natalícia” por “época festiva”, apela a que não se use a frase “nomes cristãos” e que não se utilizem “palavras de género” como “tecidos feitos pelo homem”, devendo dizer-se “tecidos sintéticos”.Não são estas propostas completamente absurdas?Como estão a ser tratados os nossos princípios civilizacionais e onde é que isto no vai conduzir?A Eutanásia chumbou duas vezes. Uma por inconstitucionalidade, a outra por vontade política do Presidente da República. Em comum, os dois diplomas saídos da Assembleia da República tiveram a ganância da esquerda e extrema-esquerda para que se aprovasse à força uma lei que põe em causa o princípio da inviolabilidade da vida humana.Não querendo ser injusto com a esquerda e extrema-esquerda, devo juntar ao conjunto dos deputados que votaram favoravelmente o último diploma que legaliza a morte assistida os doze do PSD, onde se inclui o seu presidente Rui Rio.Era a eutanásia uma prioridade para o país?A semana que agora se inicia vai ser fértil em decisões, sobretudo no que respeita a coligações pré-eleitorais à direita.Outra dúvida que surge neste contexto é se o PSD quer levar este CDS com ele para estas eleições?Esta é a pergunta do momento e para a qual vamos ter respostas brevemente.Se a resposta for favorável e houver coligação pré-eleitoral entre CDS e PSD, como é que fica o eleitorado que é doutrinariamente contra a eutanásia?Para onde vão esses eleitores orientar o sentido de voto? Vão depositá-lo num candidato a primeiro-ministro que defende e vota a favor da eutanásia?Podem-se rasgar regulamentos e estatutos e até se podem furtar ao escrutínio dos seus pares dentro das respetivas organizações políticas. Aquilo que não é possível é esquecerem que as pessoas que votam têm princípios e que não estão disponíveis para os hipotecarem em nome de objetivos pessoais que vão na linha maquiavélica de que os fins justificam os meios.Entre as dúvidas sobra uma certeza. Não vale tudo na política e os leitores vão dizer isso mesmo no dia 30 de janeiro de 2022.