Vaticano
O Papa Francisco esteve em África, de 31 de Janeiro e 5 de Fevereiro, para cumprir a promessa de visitar a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul, viagem que tinha sido adiada em Julho de 2022, devido a problemas de saúde.
A agenda incluiu encontros com vítimas de violência e deslocados internos, em países marcados por confrontos, nos últimos anos.
No Sudão do Sul, numa peregrinação ecuménica de paz, o Papa esteve acompanhado pelo primaz da Igreja Anglicana e o moderador da Igreja da Escócia (Presbiteriana).
A 40ª viagem do pontificado fez do Papa o primeiro a visitar o Sudão Sul, independente desde 2011, e o segundo a deslocar-se à República Democrática do Congo, onde São João Paulo II esteve por duas vezes (1980, 1985).
No dia 31 de Janeiro, o Papa esteve em Kinshasa, onde se encontrou com o presidente da República da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, autoridades, representantes da sociedade civil e do corpo diplomático.
A Missa de 1 de Fevereiro, no aeroporto Kinshasa-Ndolo, foi um dos pontos altos da viagem, com a participação de um milhão e meio de pessoas.
A 2 de Fevereiro, Francisco encontrou-se com jovens e catequistas e presidiu a um momento de oração com sacerdotes, diáconos, consagrados e seminaristas.
Na viagem à República Democrática do Congo, o Papa repetiu apelos à paz e ao fim da exploração, por interesses internos e exteriores, que compromete o futuro deste país africano.
“Não podemos habituar-nos ao sangue que, há décadas, corre neste país, ceifando milhões de vidas, sem que muitos o saibam. Que seja conhecido tudo o que acontece aqui”, disse, no primeiro discurso pronunciado em Kinshasa. Numa intervenção particularmente crítica, Francisco dirigiu-se directamente à comunidade internacional: “Tirem as mãos da República Democrática do Congo, tirem as mãos da África! Chega de sufocar a África!”.
No dia seguinte, o Papa partiu para o Sudão do Sul, iniciando uma “peregrinação ecuménica de paz”, em que se encontrou com responsáveis da Igreja Católica, líderes políticos do país, deslocados internos e membros de várias confissões cristãs.
A oração ecuménica, a 4 de Fevereiro, e a Missa no dia seguinte foram celebradas no Mausoléu de John Garang.
Após a Missa, que reuniu cerca de 100 mil pessoas, na qual o Papa desafiou a comunidade cristã a estar na linha da frente do processo de paz e reconciliação nacional, evocou uma santa sudanesa, Josefina Bakhita (1860-1947), antiga escrava que se tornaria religiosa católica, na Itália.
Esta foi a quinta viagem de Francisco ao continente africano, onde esteve em 2015, 2017 e 2019, por duas vezes, tendo passado, entre outros países, por Moçambique.