Vaticano


Na Mensagem para o 51.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que tem como tema “Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo”, divulgada no dia 24 de Janeiro, o Papa Francisco desafiou os media e os jornalistas de todo o mundo a passar de uma lógica de “notícias más” para uma da “boa notícia”, rejeitando o sensacionalismo e a exploração dos dramas humanos.
“Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e travar a espiral do medo, resultante do hábito de fixar a atenção nas “notícias más” (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falhanço nas vicissitudes humanas)”, referiu.
O Papa sublinha que, graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento “quase instantâneo” das notícias, divulgando-as de várias maneiras.
“Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas”, observa. O Papa Francisco pede, por isso, que todos se empenhem na promoção de uma “comunicação construtiva” que rejeite os preconceitos e promova uma “cultura do encontro”. O Papa propõe um “estilo comunicador aberto e criativo”, que não se prontifique a dar “papel de protagonista ao mal”, mas procure evidenciar as “possíveis soluções”, inspirando uma abordagem “responsável”. O Papa Francisco defende ainda uma comunicação concreta e próxima, capaz de “iluminar a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa”. A mensagem alude a um sentimento generalizado de “mau humor e resignação” que pode gerar “apatia” ou “medos”, apresentando como resposta a “lógica da ‘boa notícia’”.
O Papa fala da esperança como a “mais humilde das virtudes” e escreve que o “Reino de Deu” se apresenta como “uma semente escondida a um olhar superficial, cujo crescimento acontece no silêncio”. O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (28 de Maio, em 2017).