0. PreparaçãoProcuro um lugar adequado e uma boa posição corporal.

Respiro lenta e suavemente.Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.1. LeituraLeio pausadamente o Evangelho Jo 11,1-45. Relaciono-o com a Paixão de Cristo.- Através do ritmo, detalhes, emoções expressas e diálogos, alcanço a mensagem. O que me diz, o que me faz sentir?- Sublinho o importante; fixo o essencial. Esta Palavra é-me dirigida.2. MeditaçãoNo quarto Evangelho, a devolução à vida de Lázaro remete para o maior sinal: a morte e ressurreição de Jesus. Ao “deixa passar” dois dias, Cristo torna o tempo divino. Tal como ocorrerá com Ele, só ao terceiro dia a ação salvífica de Deus começa a desencadear-se: Jesus dirige-se a Betânia, desafia e fortalece a fé de Marta e Maria e, por fim, o amigo é chamado de novo à vida. Esta passagem revela-me também as emoções do Mestre: comove-se, perturba-se, chora, brada. Tudo por amor. A Boa Nova é que Deus continua a chorar comigo e a amar por meio de mim. Também neste tempo.3. Oração com DeusQue tempo este, Senhor! Todos recomendam ficar em casa e, Tu, desafias-me a sair!?Mas o teu Evangelho não fala em sair de casa, mas sim do túmulo. Não Te referes à pandemia, mas à vida mais forte que a morte. Não me pedes para sair para a rua, mas de tudo quanto me aprisiona interiormente. Não esperas de mim que seja temerário com a vida, minha e alheia. Pelo contrário, alentas-me a não ceder ao medo contagioso, ao alarmismo asfixiante. Queres-me de pé perante a adversidade, realista e confiante na tempestade. Por tudo isso, bradas com voz forte: Vem para fora!É dos meus túmulos que tenho de sair: medo, desespero, autossuficiência egoísta, indiferença com os outros… Tantas atitudes que declaram morte espiritual, que atrofiam o coração. Diante de Ti, analiso os meus sentimentos atuais. Cura-me do egoísmo. Liberta-me da opressão da incerteza.Como sei que posso confiar em Ti, nestes tempos difíceis? Porque choraste pelo teu amigo Lázaro. Reconheço: falho-Te muitas vezes, mas quero ser teu amigo. Sei, sobretudo, que me queres Bem. E, nesta hora, preciso de Ti… E tantos outros também.Senhor, o(s) teu(s) amigo(s) está(ão) doente(s)… no corpo e/ou na alma. Dá-me força e coragem, a mim e a todos, para lutar e sair dos nossos males.4. ContemplaçãoSenhor, Tu és a força e coragem da vida em mim. A tua Palavra é âncora e porto seguro na tempestade. Como Lázaro, reergues-me. Amparado em Ti, saberei cuidar dos outros.  Por isso, louvo-Te e abandono-me nas tuas mãos. ConTigo, fico em paz. Agradeço, contemplo e adoro. Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, ouso comprometer-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
Um pensamento - “O verdadeiro inimigo da morte não é a vida, mas o amor”. (Ermes Ronchi)
Provocações - Acredito que o Deus de Jesus é o Deus da vida?- Estou comprometido na libertação interior dos outros?- Nesta Páscoa, que farei pela minha libertação e pela dos outros?
Um propósito - Pedir ao Espírito Santo a graça da confiança no meio da tormenta. 
Uma oração poema
Senhor, o teu amigo está doente…Dias de espera sabem a eternidadeQuando percebo o fim sem amanhãE parece tardia a Tua voz, ao ecoar.Eu acredito: serás ressurreição e vida.Mas, em mim, é a morte quem soluça.Inconformado, bradas: Vem para fora!
Senhor, em quarentena, sair não posso,Em medos e autossuficiência, sepultado.Pode a humana dor estremecer o divino?Sim. Do teu coração que chora, aprendo:Ressurreição e vida são para o presenteTendo a fé por lugar e o amor por força.Vem, para fora de ti mesmo! Vive hoje!