Entre margens da Palavra

0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.

1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Lc 9, 28-36.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Jesus sobe a um monte, com três discípulos. Enquanto ora, transfigura-se diante deles. Uma voz desafia-os a escutar Jesus, como Messias que é. Tudo isso leva-os ao assombro.

2. O que me diz Deus
- Deixo-me interpelar pelas palavras de Jesus. Que experimento?
A transfiguração ocorre após o anúncio da paixão e morte de Jesus. Tal notícia mergulha os discípulos na perplexidade e consequente abatimento. Para reavivar a sua fé, Jesus convida-os à oração. Para Ele, alimentar a comunhão com o Pai é uma necessidade vital. Para nós, é o meio indispensável para reafirmar a nossa identidade. Sobretudo em tempos de crise. A oração, feita de escuta, relembra-nos o dever de seguir Jesus, o “Eleito” de Deus. Com Ele, torna-se possível enfrentar qualquer cruz.

3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, rezo pouco e mal. Talvez por isso me reconheço frágil diante dos problemas que me desassossegam, das imagens da guerra que geram em mim revolta e do sofrimento dos outros que me abala. Ensina-me a reencontrar-me na comunhão conTigo, pela oração.
Como Pedro, quero agarrar-me aos sonhos de glória, recusando enfrentar as batalhas que estes implicam. Pretendo eternizar os momentos de acalmia, esquivando tudo o se assemelhe a Calvário. Esqueço que seguir-Te inclui compromisso com a verdade e a justiça. E essas águas são sempre agitadas... Dá-me a sabedoria de calar os meus raciocínios insensatos e a docilidade para escutar-Te, mesmo quando me falas em cruz.
Contra toda a deceção, renova-me a esperança e reafirma-me a fé.

4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, na oração vislumbro-Te glorioso. Por meio dela, reanimo-me a retomar o teu caminho, louvando e contemplando-Te.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.

PROVOCAÇÕES
- Quando rezo, como rezo, porque rezo?
- Como reajo perante os desafios e dificuldades?
- Escuto Deus mesmo quando “dói”?

UM PENSAMENTO
“A fé que mais amo – diz Deus – é a esperança.” (Charles Péguy)

UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de uma esperança renovada.

ARQUIVO & PODCAST
https://seminariointerdiocesanosj.pt

UMA ORAÇÃO-POEMA

Escutar-Te
mesmo se falas em cruz
em dócil contragosto
porque ver-Te
entrevendo tua glória
reaviva a esperança
para seguir-Te
ainda que subindo
do Tabor ao Calvário
e depois perder-Te
na dor e revolta
da negra noite
e imprecar-Te
irado de impotência
pela guerra injusta
e, por fim, reencontrar-Te
no silêncio e serena escuta.