Arciprestado da Guarda


Alberto Antunes Gonçalves é padre da Diocese da Guarda, desde24 de Novembro de 1946. Como terminou o curso muito novo teve de esperar algum tempo até ser ordenado, ficando um ano (1944), no Outeiro de São Miguel.
No ano seguinte, com a passagem do Instituto Académico para a Diocese, tinha início o Colégio de S. José, assim designado em atenção ao fundador, o Bispo de então, D. José Alves Matoso. O Padre Alberto Gonçalves foi chamado a integrar a primeira equipa do novo Colégio de que também faziam parte o Cónego Álvaro Quintalo (Director), Cónego Carvalho Dias (Subdirector) e os padres Manuel da Silva Ferreira e Zeferino Rabaça Roque (Prefeitos).
“Toda a vida gostei muito de ser padre. Gostei sobretudo dos anos que passei no Colégio de S. José”, explicou o Padre Alberto Gonçalves. Sempre sorridente e bem disposto disse ao Jornal A GUARDA que “nos 17 anos de Colégio, gostei mesmo daquilo, e como era o encarregado da Secretaria tinha muito trabalho”.
Durante o tempo que esteve no Colégio de S. José ajudava alguns colegas padres, nomeadamente o de Pêra do Moço e da Estação (Guarda). “Todos os domingos celebrava nas paróquias, andava feito vagabundo de um lado para o outro conforme me pediam”, explicou.
Passados 17 anos, a pedido do bispo D. Policarpo da Costa Vaz, foi trabalhar para o Colégio de Gouveia que, na altura, tinha sido comprado pela Diocese. Dos três anos que esteve em Gouveia, o Padre Alberto Gonçalves guarda fracas recordações. “Fizeram-me lá tantas tropelias que ao fim de três anos pedi ao Senhor Bispo para me mudar para onde melhor entendesse e acabei por regressar ao Colégio de S. José, onde estive mais oito anos”, recorda.
Em 1973 saiu do Colégio de S. José, tendo sido nomeado pároco de Pinhanços e Santa Comba de Seia, onde permaneceu dezoito anos. Nessa altura foi professor na Escola Secundária de Seia.
Passado esse tempo mudou para o Jarmelo onde desenvolveu a missão pastoral até 2002. De forma divertida explicou que em 2002 foi “posto na rua”, pois tinha 78 anos. Continuou a ajudar os priores “durante uns anitos, até que dei um tiro ao trabalho”. Quando era pároco do Jarmelo ainda trabalhou, durante cinco anos, na Câmara Eclesiástica.
Por entre risadas explicou: “agora estou feito um ermitão na Devesa do Jarmelo, uma terra que não está no mapa”. Juntamente com a irmã reside numa casa que era dos pais e gasta o tempo na oração e na leitura de jornais e livros. E acrescentou: “Até há dois anos atrás ainda trabalhava no quintal e no jardim, mas como a idade já é muita agora passo o tempo em casa”.
Celebra missa na Devesa do Jarmelo sempre que pode e quando lhe pedem mas deixou de ajudar aos párocos.
O padre Alberto Gonçalves nasceu “na Guarda-Gare, a 9 de Fevereiro de 1924”,como fez questão de frisar. Da infância recorda que foi criado na Devesa do Jarmelo. E explicou: “O meu pai era carteiro e fomos andando de um lado para o outro. Estivemos na Estação (Guarda), depois, mudámos para a Guarda e mais tarde para a Devesa do Jarmelo e por lá ficámos”.
Terminada a escola primária entrou no Seminário do Fundão em 1934, seguindo depois para o Seminário da Guarda. Aos noventa e um anos, transmite um testemunho de dedicação à diocese e à igreja e não se cansa de afirmar que toda a vida gostou de ser padre.