Diocese da Guarda

O Departamento da Pastoral Familiar da Diocese da Guarda assinalou a Festa da Sagrada Família, no último Domingo, dia 26 de Dezembro, convidando as paróquias a celebrar em comunidade as Bodas Matrimoniais dos casais que este ano de 2021 fizeram  25, 50, 60 anos.A Equipa da Pastoral da Família de Seia  preparou a “Festa” e do programa constou a Missa de Acção de Graças e bênção dos casais. Também foi distribuída uma oração inspirada na Encíclica ”Amoris Laetitia” e uma imagem a reproduzir a Sagrada Família de Nazaré. No final da Missa foi feito o “Envio” do oratório da Sagrada Família que irá percorrer as casas das famílias, convidando à oração preparatória para o Encontro Mundial das Famílias com o Papa Francisco, em Junho de 2022.  “Hoje, o nosso olhar deverá alarga-se a Maria e José, pois celebramos a festa da Sagrada Família de Nazaré” disse o padre Joaquim Pinheiro, pároco de Seia e Assistente do Departamento da Pastoral Familiar. E acrescentou: “A religião procura promover o sagrado, aquilo que de certo modo perspectivamos como o intocável. Mas, no caso da religião, o intocável, não é apenas o que está longe de nós, mas o respeito imenso por realidades tão nossas e tão próximas, como sejam a vida e a família. A fé religiosa está ligada à condição humana. Não matarás. É o quinto mandamento do Decálogo. Também se mata por negligência ou até por indiferença. A vida de um recém-nascido dificilmente sobreviveria sem os cuidados maternais e o apoio paternal. Por isso, a família é uma instituição social necessária”.Referiu que “a família é uma realidade dinâmica, pois subsiste através da sucessão das gerações, em que, passados alguns anos, os papéis se invertem”. E explicou: “As mães e os pais cuidam da vida dos filhos que geraram; mas lá chegará o tempo em que terão necessidade de que os filhos cuidem deles. Os filhos adultos cuidam de quem irá cuidar deles; e cuidam também de quem já não irá cuidar deles, mas já cuidou. Na família, dá-se assim a solidariedade entre as gerações, que progressivamente se deverá estender à sociedade em geral”. Lembrou que este dever de solidariedade entre as gerações “bem cedo foi recolhido num mandamento do Decálogo que prescrevia honrar o pai e a mãe”. Explicou que na antiguidade, “essa honra passava por dar continuidade à família: ter filhos, e manter o património material e espiritual”. E acrescentou: “O património espiritual de uma família é perdido quando os filhos, do ponto de vista moral e espiritual, pouco ou nada se parecem com os pais. Vivemos tempos de progressiva perda do património espiritual no seio das famílias”. O padre Joaquim Pinheiro adiantou que “é necessária uma amizade social, que torne as gerações solidárias entre si”, mas advertiu que “não obstante, mesmo no Estado social, a família continua a ser imprescindível”. Referiu que “a família não deve ser endeusada, mas preservada e melhorada” e que nem sempre é “um mar de rosas”. Apontou a família de Nazaré como “modelo de virtudes”. Lembrou que “sem as virtudes, as famílias ficariam reféns da natureza e não prestariam um bom serviço à vida, como, de facto, habitualmente prestam”.