Diocese da Guarda


D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, pediu dispensa do serviço de Bispo Diocesano há quatro anos, em carta enviada ao Papa Francisco, no dia 20 de Outubro de 2019. A revelação foi feita pelo próprio durante a homília da Missa da Solenidade da dedicação da catedral da Guarda, no último Domingo, 22 de Outubro. “Pela minha parte, quero aproveitar esta ocasião para comunicar à Diocese que entendi que o meu serviço de Bispo Diocesano devia terminar com a realização da Assembleia Diocesana de 2017 e a implementação das suas orientações; Assembleia essa que, como disse, quisemos realizar em espírito de caminhada sinodal”, disse D. Manuel Felício. E explicou: “ Por isso, no dia 20 de Outubro de 2019, o Dia Mundial das Missões de há quatro anos atrás, escrevi e enviei uma carta ao Santo Padre, pedindo-lhe para antecipar em três anos a data em que devia pedir a dispensa do serviço de Bispo Diocesano, segundo as normas do Direito”.
Na carta que enviou ao Papa, D. Manuel Felício não pedia a dispensa para ficar inactivo, mas propunha “a vontade de realizar outro trabalho pastoral, concretamente no âmbito da missão ad gentes”.
Sobre esta carta, disse que nunca obteve resposta apesar de saber que houve “consultas junto da Nunciatura Apostólica em Lisboa” sobre as razões do seu pedido. “A verdade, porém, é que nenhuma resposta me chegou”, referiu.
Adiantou que numa das deslocações a Roma, pediu explicações ao Dicastério dos Bispos, e quem o recebeu disse-lhe que “a pandemia que durou dois anos e também a mudança do Núncio Apostólico em Lisboa terão sido as razões justificativas”.
D. Manuel Felício adiantou que “em Novembro do ano passado, invocando o cânone respectivo, lembrei o meu pedido de dispensa formulado três anos antes e agora espero a nomeação do meu sucessor pelo qual já todos rezamos”
Em dia de acção de graças, o Bispo da Guarda reconheceu que “nem sempre a nossa vontade é o que deve prevalecer”. E acrescentou: “Quero, convosco, refazer o propósito de estar sempre pronto para servir até ao fim e aceitar que nem sempre o que nós idealizamos e pedimos é o que Deus pensa e quer que nós façamos”.
Recorde-se que os 75 anos é a idade determinada pelo Código de Direito Canónico para que bispos apresentem ao Papa o seu pedido de resignação. No próximo dia 6 de Novembro, D. Manuel Felício faz 76 anos e, apesar de ter feito o primeiro pedido de dispensa há quatro anos, o mesmo ainda não foi aceite pelo Papa.