Missa de acção de graças no 2º aniversário da eleição


Na homília da missa de acção de graças para assinalar o segundo ano de eleição, que celebrou na Igreja de S. Vicente, na Guarda, o Bispo da Guarda disse que “a aposta na defesa e na promoção dos pobres” é um dos pontos chave da mensagem do Papa Francisco.
“Esta preocupação vem já dos seus tempos de Cardeal Arcebispo de Buenos Aires e da forma como acompanhava as chamadas Vilas misérias - bairros de lata ou favelas”, explicou D. Manuel Felício. E acrescentou: “Desta sua experiência parte para propor que a Igreja seja uma Igreja pobre que sai constantemente ao encontro dos pobres. E daqui tira consequências para o juízo que faz dos sistemas sociais e de desenvolvimento económico que geram cada vez mais situações de pobreza”.
Para D. Manuel Felício “este Papa continua a ser admirado, dentro e fora da Igreja, por ousar colocar os pobres sempre no centro e à frente”.
“O lugar da mulher na Igreja e na sociedade, o desejo de purificar a vida da Igreja a partir de dentro e principalmente dos seus mais directos colaboradores, a coragem com que tem encarado a reforma das finanças do Vaticano” e “o esforço diplomático por levar paz e concertação às relações entre os povos” são outras das questões que, no entender do Bispo da Guarda, preocupam o Papa.
O Bispo da Guarda considerou que este papa se apresentou desde o início, “com um discurso eficaz, porque soube juntar á palavra o exemplo”. “Não só fala contra a pobreza, mas, ao mesmo tempo, age e encontra na força de todo o Povo de Deus a grande alavanca para renovar e transformar a Igreja”, explicou. Com um “discurso exigente e transformador”, o Papa “sabe descobrir e apresentar pontes novas entre crentes e não crentes, apontando, assim, para patrimónios comuns que são decisivos para o bem estar de toda a humanidade”.
No entender de D. Manuel Felício “este Papa está a lançar o Cristianismo por caminhos de verdadeira reforma, sem atraiçoar a genuína tradição cristã”, apontando como exemplo “a forma como resolveu colocar à opinião pública do interior da Igreja e mesmo da sociedade em geral, as grandes questões sobre a Família que já foram objecto de um sínodo extraordinário e vão de novo sê-lo no sínodo ordinário do próximo mês de Outubro”.