Foi na semana passada que o Papa enviou para as redes sociais um vídeo-mensagem dirigido aos participantes na JMJ, em Lisboa.
De facto, vivemos todos, com o maior entusiasmo, a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, de 1 a 6 de agosto passado. Vibrámos sobretudo com a presença e as interpelações do Papa Francisco, quantos lá estivemos presencialmente a acompanhá-lo, nos diferentes palcos onde o evento se desenrolou, mas também muitos outros, em
Portugal e pelo mundo fora, que nos acompanharam através dos meios de comunicação.
O êxito da organização foi em geral reconhecido, tanto pelas autoridades do nosso país como também nos meios internacionais.
O impacto da mensagem deixada pelo Papa fez vibrar não só aquele milhão e meio de jovens que ali marcaram presença, mas também a opinião pública em geral. E, de facto, o Papa deixou muitos recados e bem concretos para dentro e para fora da Igreja em Portugal e no mundo. Assim, a proximidade e o acolhimento que a Igreja deve a todos foram das notas mais dominantes e replicadas nos meios de comunicação; mas também nos ficaram na memória os apelos de conversão e de revigoramento do entusiasmo pastoral deixados à Igreja em Portugal. Por sua vez, registamos a mensagem das diferentes iniciativas inseridas no programa da JMJ, como foram a Via-Sacra, no Parque Eduardo VII e a Vigília, no palco do Campo da Graça.
O próprio Papa, na viagem de regresso a Roma, na tarde do dia 6, falando aos jornalistas, não escondeu o contentamento por ver à sua volta aquele milhão e meio de jovens, respondendo, em uníssono, às diferentes interpelações que lhes ia fazendo e em algumas delas esperou mesmo pela resposta imediata, que não se fez esperar. E não precisou de fazer longos discursos para que eles se sentissem interpelados. Mesmo alguns daqueles que tinha preparado e registado em papel resolveu substitui-los pelo discurso espontâneo e direto para, como disse, ir direto aos assuntos, o que ainda mais impressionou e motivou a plateia dos destinatários.
E agora que havemos de fazer?
A resposta é a conversão ao testemunho do Evangelho.
E é isso mesmo que o Papa diz, em vídeo-mensagem divulgado nas redes sociais, no sábado passado, assinalando um mês passado depois de terminar a JMJ. Nela convida os jovens que fizeram a experiência da JMJ, em Lisboa, a passar a mensagem ali deixada, primeiro, para a sua experiência de vida pessoal, depois para outros, nos ambientes que diariamente frequentam, seja a Universidade, as outras escolas ou os locais de trabalho.
Convida-os a transformar a experiência vivida nesta JMJ em memória viva e com a preocupação de a passar a outros. E daí a sua interpelação, ao jeito daquelas surpresas a que já nos habituou, para não “anestesiarem” a memória, mas contarem a outros o que viram, ouviram e viveram.
Agradece-lhes que testemunhem esta experiência única, abençoa-os, confia-os à proteção maternal de Nossa Senhora e termina, como é seu hábito– “Não se esqueçam de rezar por mim”.
Estas interpelações estão a ser também encaradas entre nós, na nossa Diocese.
Para isso, num dos últimos sábados, houve já um encontro dos que participaram na JMJ, convocado pelo Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil e pelo nosso COD, que logicamente aqui termina as suas funções, para começarmos a definir os caminhos que hão-de permitir responder aos desafios, que o Papa nos deixou, para não anestesiarmos a memória, mas a mantermos sempre viva, quer na experiência pessoal, quer no esforço por a passarmos a outros.
Também nós confiamos à proteção de Nossa Senhora, que partiu apressadamente, o desenrolar deste pós-JMJ, na nossa Diocese e na Igreja em Portugal.
10.9.2023
+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda
