O mundo avança a um ritmo alucinante. Tal como acontece noutros sectores, também no que se refere à comunicação, as últimas décadas têm sido marcadas por alterações e progressos constantes. A relação entre as pessoas está visivelmente influenciada pelas novas formas de comunicar.


Quando em 1904, apareceu, na Guarda, o Jornal que adoptou o nome da cidade, a maneira de comunicar era bem diferente daquela com que nos deparamos actualmente. A notícia não tinha tempo e era aguardada na distribuição do correio como nova e surpreendente.

Agora, quando tudo parece passado, as novas formas de comunicar deveriam ser instrumento de aproximação. O Dia Mundial da Internet que se assinala amanhã, 17 de Maio, é bem o exemplo das novas ferramentas do mundo da comunicação. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Janeiro de 2006, sendo também conhecida como Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação. Reflectir sobre as potencialidades e os desafios das novas tecnologias na vida dos cidadãos, bem como das suas vantagens e inconvenientes, é o principal objectivo desta data.

Atenta a tudo o que se passa à sua volta, a Igreja tem aproveitado as novas formas de comunicar para dar continuidade à missão de anunciar e evangelizar. Com o Concílio Vaticano II apareceu o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que este ano será celebrado a 2 de Junho com o tema: “Somos membros uns dos outros - das comunidades de redes sociais à comunidade humana”.
A mensagem para esse dia refere que “a rede é uma oportunidade para promover o encontro com os outros, mas pode também agravar o nosso auto-isolamento, como uma teia de aranha capaz de capturar. Os adolescentes é que estão mais expostos à ilusão de que a social web possa satisfazê-los completamente a nível relacional, até se chegar ao perigoso fenómeno dos jovens eremitas sociais, que correm o risco de se alhear totalmente da sociedade. Esta dinâmica dramática manifesta uma grave ruptura no tecido relacional da sociedade, uma laceração que não podemos ignorar”.

O texto tem como objectivo central reflectir sobre o fundamento e a importância do “nosso ser-em-relação”. Da leitura do documento ressalta a ideia de que “se é verdade que a internet constitui uma possibilidade extraordinária de acesso ao saber, também é verdade que se revelou como um dos locais mais expostos à desinformação e à distorção consciente e pilotada dos fatos e relações interpessoais, a ponto de muitas vezes cair no descrédito”.
Perante os novos desafios é importante abrir o caminho ao diálogo, ao encontro, ao sorriso, ao carinho e, nesse sentido, a aposta deve passar por “uma rede feita, não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres”.

Nos 115 anos de existência, o Jornal A GUARDA tem procurado ser um arauto de boas notícias que vai levando aos leitores, sempre atentos às novas formas de comunicar. Em tempo de aniversário rendemos a nossa homenagem a todos quantos fizeram e fazem parte deste projecto de comunicação que, acima de tudo, procura estar ao serviço das pessoas.