A Arábia Saudita ocupa a maior parte da península da Arábia.

Apesar de formado por desertos e estepes este país é considerado muito rico, não porque a população, em geral, viva com dinheiro em abundância, pois muitos continuam a arrastar os seus rebanhos de carneiros e camelos, através das pradarias, mas porque os peregrinos de Meca prosseguem no hábito de pagar o imposto de sempre e a descoberta dos poços de petróleo, em 1936, transformou a estrutura do país.
Desde 1932, a Lei Básica propõe que o sucessor de Abdul Saud, o soberano de 1932, pode escolher para sucessor um dos filhos ou netos desta dinastia.
Não existe Constituição. O direito, como base do Estado é o Alcorão interpretado pela Suna e pela Sharia, tradições intérpretes desse livro religioso. De resto vale tudo, desde a pena de morte à tortura que engloba chicotadas, amputações não permitidas pelos Direitos do Homem, mas quando o dinheiro é rei...
Serve esta pequeníssima explicação para irmos descobrindo que para um árabe vale tudo, principalmente quando está em jogo a religião e esta domina praticamente até o mundo cívico.
Daqui poderemos compreender os crimes anunciados pela imprensa diária cujas raízes mergulham no à-vontade interpretativo dos costumes e das leis revistos no Alcorão e ainda o não ligar importância a qualquer acto de cariz religioso.
Matar, roubar, destruir, tudo bem, desde que seja para defender a Religião Islamita pela qual os seguidores do Profeta Maomet dão a sua vida. E quando as pessoas se entregam à morte pelos seus ideais, que há a fazer?
Depois, se a opinião pessoal deixada ao arbítrio próprio de cada decisão religiosa ditar esta ou aquela solução nem que seja exterminar familiares quanto mais um não muçulmano, na prática estará tudo muito bem.
Estamos a compreender os gestos e comportamentos fanáticos sobretudo de jovens, quando elaborados em mentes pouco esclarecidas, como nos relatam tantas notícias de hoje.
Na Arábia Saudita, os seguidores de qualquer religião, mormente trabalhadores cristãos estrangeiros são devassados pela polícia religiosa saudita que tenta impedir a livre prática da sua fé sobretudo se efectuada em lugar público.
Nesta perspectiva, ficamos a saber qual a razão de não se construir, em solo da Arábia Saudita, uma única igreja cristã. para os seguidores do Senhor Jesus poderem realizar um rito religioso, seja a missa, seja um baptizado ou mesmo um casamento. Qualquer prática religiosa tem de realizar-se privadamente, sem a presença de qualquer seguidor de outra religião.
Pode causar estranheza e críticas que bastem o estilo da vida da família real saudita composta sensivelmente por sete mil príncipes cuja vida não corresponde aos modelos indicados pelo Alcorão. Mas como eles vão tendo o comando...
Apesar de estarem bastante afastados do estilo de viver dos ocidentais, desde a Guerra do Golfo admitiram os árabes sauditas até o estacionamento de centenas de soldados norte-americanos, mas como os defendem nos areópagos internacionais e os protegem quando os perigos são internacionais.
Assim, nada de admirar que as cidades santas de Meca e Medina sejam defendidas pelas tropas americanas. Lá, a religião e o Estado têm um relacionamento estreito quase simbiótico.
Quando a gente muçulmana mora no Ocidente trazendo no íntimo bem infundidas as normas e regras do Alcorão, onde se crê estar reflectida a soberana vontade do Todo- Poderoso, o seu pensar torna-se imutável e obstinado.
O pensar de um árabe muçulmano, embora possa interpretar o Livro Santo numa visão particularista, nem sempre é obstinado. Muitos até, levados pelo pensar dos povos ocidentais, permitem e mesmo aceitam a liberdade religiosa, sustentando que Deus é quem julga e sentencia.
Também entre os cristãos existem fanáticos, mas temos de os olhar e entender, segundo a sua consciência, pois é esta o último critério que lhes é dado para interpretarem a moral das suas acções.