O Parlamento tem agendado para hoje, 20 de Fevereiro, a discussão e votação de projectos do PS, BE, PAN, PEV e IL,
tendo em vista a despenalização da eutanásia. Sem qualquer tipo de surpresa, o Instituto S. João de Deus já veio a público dizer que recusa a prática da eutanásia em todas as suas unidades, “conforme vinculado na Carta de Identidade da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus”.Esta instituição sublinha a sua preocupação com a “protecção e promoção da vida humana, em especial da vida nos seus momentos mais vulneráveis” e assume como compromisso a “responsabilidade de garantir o acesso a cuidados paliativos”, nas suas vertentes “assistencial, existencial e espiritual”, cuidados integrais e holísticos de qualidade.Posição semelhante foi assumida pelos grupos José de Mello Saúde, que gere as unidades de saúde CUF, e Luz Saúde ao recusarem que seja praticada a eutanásia nos seus estabelecimentos de saúde, caso a prática seja despenalizada.Perante a pressa de avançar com a despenalização da Eutanásia em Portugal, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida também emitiu pareceres desfavoráveis às iniciativas legislativas do BE, PAN, PS e PEV. Este organismo considera que as mesmas “não constituem uma resposta eticamente aceitável para a salvaguarda dos direitos de todos e das decisões de cada um em final da vida”.Têm sido muitas as vozes que se levantam contra esta forma atabalhoada de querer legislar sobre uma matéria tão sensível. Não me parece que os projectos em discussão queiram garantir o princípio do respeito absoluto pela vida humana e pela dignidade da pessoa. Antes pelo contrário, mais uma vez, a vida humana e dignidade da pessoa voltam a ser postas em causa.