Chegou ao fim mais uma edição do Campeonato Mundial de Futebol FIFA, que decorreu na Rússia, entre 14 de Junho e 15 de Julho.


A edição de 2018, a vigésima primeira deste evento, contou com a presença de 32 equipas e sagrou a França como selecção campeã do mundo.
A escolha da Rússia para a realização desta prova mundial foi justificada pelo aumento do interesse da população no futebol, pelos investimentos financeiros no desporto, pela crescente importância da Primeira Liga Russa e pela migração de jogadores estrangeiros para o país.
Houve vitórias e derrotas, alegrias e tristezas, emoção e suspense. Houve sonhos e ilusões, aplausos e lágrimas que levaram atletas, público e apoiantes a dar o melhor, por uma causa comum.
Entre os atletas, houve mesmo quem tivesse prometido doar os ganhos monetários que conseguisse durante o campeonato. Promessa feita, promessa cumprida. Uma das estrelas do Mundial, Kylian Mbappé, que foi campeão pela França, vai cumprir a promessa e entregar os prémios, resultantes da conquista do campeonato do mundo, a uma instituição. O jornal “L’Équipe” noticiou que o jogador vai doar cerca de 430 mil euros à instituição “Premiers de Cordée”, uma organização que apoia crianças desfavorecidas e que o jogador apadrinhou há cerca de um ano.
Um gesto que ultrapassa o pensar comum, calculista e economicista da sociedade hodierna.
Poucos dias antes do início do Campeonato Mundial de Futebol FIFA, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé) publicou um documento inédito sobre o desporto com o título “Dar o melhor de si’, uma perspectiva cristã do desporto e da pessoa humana.
Este documento do Vaticano é uma novidade e é o primeiro que aborda de maneira global o tema do desporto. Ao longo de cinco capítulos tratam-se a evolução do desporto na história, a relação da Igreja Católica com esta realidade ou uma análise “antropológica” do fenómeno.
Sobre este documento, o Papa Francisco escreveu que “o desporto é um lugar de encontro em que pessoas de todos os níveis e condições sociais se unem para alcançar um objectivo comum”. Lembra que “numa cultura dominada pelo individualismo e pelo descarte das gerações mais jovens e dos mais idosos, o desporto é um âmbito privilegiado em torno do qual as pessoas se encontram sem distinção de raça, sexo, religião ou ideologia, e onde podemos experimentar a alegria de competir para alcançar juntos uma meta, fazendo parte de uma equipa em que o êxito ou a derrota são partilhados e superados”.
No Campeonato Mundial de Futebol FIFA, que agora terminou, os atletas foram todos chamados a “dar o melhor de si”. Pelos exemplos que nos chegam damos conta que a experiência do desporto pode ensinar-nos sempre mais sobre o ser humano e sobre o seu destino.