A cidade da Guarda comemora o 820º aniversário do primeiro Foral, concedido a 27 de Novembro de 1199, por D. Sancho I,

o Rei Povoador. Muitos séculos passaram desde que esse documento memorável dava a este lugar o estatuto de cidade altaneira e vigilante.
O povo foi-lhe dando os epítetos de Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa pelas características que a moldaram ao longo dos tempos.

A Guarda, que noutros tempos foi chamariz de gente, para estas terras inóspitas de fronteira, continua agora a sua senda de captar novas atenções. Mesmo com a debandada de tantos naturais para zonas mais amenas e costeiras, ainda há quem continue a acreditar nas potencialidades de uma região que é estratégica em termos económicos, turísticos, ambientais e culturais.

Mesmo que venha depois de tantos outros espalhados pelo país e por esse mundo fora, não deixa de ser audaz o projecto da construção dos Passadiços do Mondego, uma obra estruturante para a valorização do território e que representa um investimento de cerca de três milhões de euros. A este projecto junta-se um outro de salvaguarda e afirmação identitária do património cultural imaterial da Guarda, das pessoas e dos seus saberes, e ainda o desejo de a Guarda ser Capital Europeia da Cultura em 2027.

Nas 43 freguesias que o integram, o concelho da Guarda é detentor de um património cultural rico e único que urge valorizar e promover. Também agora é urgente e necessário voltar a ter visão de “Povoador” para que nenhuma parte deste território fique para trás ou mesmo esquecida. A riqueza de uma região está na sua diversidade e originalidade, características que têm de ser bem aproveitadas para fazer valer projectos com génese comum a tantos outros espalhados pelo mundo.
A Guarda está de parabéns!