A água como bem universal

Cada vez que abrimos uma torneira estamos a utilizar um recurso finito que é necessário poupar e acautelar de maneira a salvaguardar este bem universal para as gerações vindouras. Todos sabemos que, apesar de 75% da superfície do planeta apresentar massas líquidas, a água doce não representa mais do que 3% desse total. De acordo com as estatísticas apenas um terço da água doce, que encontramos nos rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e atmosfera, é acessível, estando o restante concentrado em geleiras, zoas polares e lençóis freáticos profundos.Ao longo das últimas décadas a água doce tornou-se um problema em todos os continentes, de tal forma que a ONU - Organização das Nações Unidas criou, em 2004, o Dia Mundial da Água, que se assinala a 22 de Março.A Jornada deste ano sublinha a necessidade de “não deixar ninguém para trás” explicando que o acesso à água e ao saneamento foi reconhecido internacionalmente como um direito humano, em resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.Apesar de todos os alertas, a ONU lembra que mais de 2 mil milhões de pessoas continuam a viver sem água potável.O Papa Francisco lembra que a água é um bem universal e não uma “mercadoria” na medida em que é vital para a sobrevivência e, juntamente com o saneamento, ajuda a proteger a saúde pública e ambiental. Infelizmente, nos nossos dias, a água tornou-se um dos mercados mais apetecíveis, muitas vezes com as próprias entidades públicas envolvidas em autênticas negociatas que visam única e exclusivamente o lucro fácil e imediato. Em pleno século XXI continua a ser necessário e urgente assegurar a todos água potável e serviços de higiene. E não pensemos que este é um problema de outras terras, de outros países, de outros continentes. Também por aqui, ainda há lugares onde a água e o saneamento são uma miragem.