Na estrada com…


Era tempo de mudança e modernização para o pequeno citadino de dois lugares que tanto sucesso já teve, e a recente parceria da marca da estrela com a Renault, permitiu que a Mercedes conseguisse em simultâneo com o lançamento do novo Smart Fortwo, ressuscitar o outrora pouco sucedido Smart Forfour.
A primeira impressão é que, face à anterior geração do Forfour, este encolheu em largura, mas aumentou em altura. O resultado não convence alguns... mas marca a diferença! Depois, no caso da unidade ensaiada, a versão Passion, que soma 1800€ ao preço base, tem um contraste da cor cinza predominante, com o preto... tornando-o mais “simpático” e jovem, para o qual também contribuem as jantes especiais de 15" e as luzes diurnas em LED.
Quanto ao interior... gostos não se discutem, mas a consola central da unidade ensaiada em branco brilhante não consegue fugir à associação desta com algum eletrodoméstico lá de casa. Tirando a cor, até porque esta é personalizável, é de simples leitura e funcionamento e bem conseguida no que diz respeito à distribuição dos comandos. O ar condicionado automático tem um curioso seletor da temperatura que desliza, em vez do tradicional display. O mesmo não se pode dizer do espaço de arrumação ou para pequenos objetos. É impossível pousar o telemóvel ou a carteira seja onde for, pelo menos sem que estes caiam ao chão, ou andem a deslizar no espaço lateral existente na porta. A gaveta na lateral da consola, é boa para as chaves de casa e mais algum objeto, mas não é prática para o condutor até porque abre para o lado do pendura. O restante interior está a um bom nível, com um velocímetro que conta com um display central a cores, onde temos as informações do computador de bordo e ajustes de definições. Os pormenores como o punho da alavanca de velocidades, os puxadores das portas, as manetes dos piscas e limpa-vidros ou até mesmo os comandos dos vidros elétricos, retiram alguma identidade a um interior cuidado e diferente, já que nos remetem para memórias do construtor francês.
São apenas a fatura a pagar por uma parceria que traz no entanto muito benefício, nomeadamente a inclusão da unidade motriz 1.0 de 71cv, única disponível até ao momento e que está montada atrás, e com tração... igualmente traseira. O resultado é uma condução ágil, expedita e que beneficia de um raio de viragem extraordinário e único no mercado, útil para a proposta em questão. Embora a capacidade da bagageira saia ligeiramente prejudicada, com apenas 185 litros, a habitabilidade é razoável e as portas traseiras, com uma abertura de quase 90º, permitem uma acessibilidade acrescida, pecando apenas pela abertura do vidro ser feita em compasso. Este Smart é capaz de uma velocidade máxima de 151 Km/h e atinge os 100 Km/h em 16,9 segundos.
Nesta versão de equipamento podemos contar com ar condicionado, computador de bordo e painel central de instrumentos 3,5", mas o volante com comandos do rádio e o cruise control com limitador de velocidade são de série, assim como o sistema de monitorização da pressão dos pneus e o sistema isofix para fixação das cadeiras de bebé.
Destaque para a segurança, mesmo em piso molhado, a eletrónica não dá margem nem para sustos, mantendo o Smart sempre na linha. O ESP é de série e o conjunto faz com que raramente nos aperceba-mos de que o Smart puxa atrás. Não obstante a reduzida quilometragem da unidade ensaiada, não conseguimos baixar os consumos dos seis litros, o que revela uma realidade um pouco díspar dos valores anunciados de 4,2 l/100 kms. As emissões de CO2 ficam-se pelas 97 g/km.
Com este nível de equipamento Passion, este Forfour é proposto por um preço final de 14.225€ que inclui ainda como oferta, por tempo indeterminado, o pacote cool&audio com smart audio system com interface AUX/USB, interface Bluetooth com sistema mãos-livres, audio streaming para transferência de música e smart cross conect para iOS e Android.
Agora sim, o Forfour tem potencial para se manter no mercado juntamente com o seu irmão Fortwo e lutar com os restantes adversários do segmento A, que passa por um período inédito com o surgimento de várias propostas, todas elas com os seus argumentos, tal como aqui acontece com o Smart.