Na estrada com...


Cumprida a introdução da linguagem de design KODO e da tecnologia SKYACTIV nas gamas superiores (modelos 6 e 3), faltava renovar o produto de entrada na gama, com um papel fundamental nas vendas e quota de marcado de toda a divisão europeia. Antecipado com um apelativo protótipo apresentado no Salão de Genebra de 2014, aproximadamente um ano depois, o fabricante de Hiroshima introduz no mercado português o 2 totalmente renovado, no qual nada escapou à atenção dos técnicos da marca japonesa, que aumentou as dimensões da carroçaria, procurando melhorar bagageira e espaço interior, conseguindo simultaneamente reduzir o peso e aumentar a rigidez estrutural.
O interior, como já referido, é mais espaçoso e apesar dos tons escuros dominarem, tem um desenho agradável com comandos bem posicionados e vários espaços de arrumação, sempre bons para esvaziar os bolsos e apontamentos que revelam rigor na qualidade de construção e montagem.
No campo dos motores, também a renovação foi total, já que a tecnologia SKYACTIV trouxe benefícios à eficiência, como a elevada taxa de compressão e o sistema start-stop I-ELOOP. O único motor disponível neste momento é um 1.5 litros a gasolina, mas com três níveis de potência (75, 90 e 115 cv). A unidade ensaiada foi a intermédia, 90 cavalos, com o nível de equipamento Evolve Navi, que se revelou completo incluindo um sistema de navegação e entretenimento (MP3 e mãos livres Bluetooth) simples e fácil de utilizar, e onde só sentimos a falta dos (úteis) sensores de estacionamento traseiros. A condução do Mazda 2 pauta-se por uma grande facilidade, dado que os comandos estão muito bem calibrados, sendo precisos, leves, e fáceis de dosear e o motor, apesar de não ser sobrealimentado, demonstra grande progressividade e força suficiente logo nos regimes intermédios, com um binário de 148 Nm, que lhe permite alcançar os 100Km /h em pouco menos de dez segundos e atingir uma velocidade máxima de 183 Km/h.
Naturalmente que nos percursos extra urbanos (estradas e vias rápidas) os 90 cavalos sentem-se mais limitados contudo, a caixa de cinco velocidades pode e deve ser usada para extrair mais energia do motor, até porque tem um manuseamento exemplar, com muito boa precisão e rapidez. Numa condução despreocupada os consumos rondam os seis litros, conforme o trânsito colabore, e obviamente também o pé direito, sendo contudo possíveis valores mais perto dos anunciados 4,5 l/10 kms.
A marca conseguiu, com este novo Mazda 2, um enorme acréscimo de competitividade no importante segmento B, e tem neste momento um produto para disputar as vendas do segmento.
A versão ensaiada já com pintura metalizada tem o valor de 17.025€, e parece-nos que os 400€ pedidos pelo GPS valem o investimento, ao invés do upgrade para a versão de 115 cv, com mais equipamento (nível Excellence), que fica por 19.026€, ou seja, uma diferença de 2000€ euros. É fazer as contas… mas para nós, no meio está a virtude.