O Dakar fechou o pano sobre a 44º edição da prova criada por Thierry Sabine com mais uma vitória de Nasser Al Attiyah nos carros

, Sam Sunderland nas motos e uma excelente participação dos portugueses.Para a edição de 2022, o Dakar contava com algumas novidades. Em primeiro lugar, o novo W2RC (Campeonato do Mundo de Ralis Todo o Terreno) que oferece, pela primeira vez, um título mundial nesta disciplina. E para abrir nada melhor que o Dakar. Depois, novas regras para os carros com a introdução da categoria T1 Ultimate – com motorizações híbridas ou alternativas – e a T1+ que equilibrou a contenda entre os “buggy” e os protótipos. Surgiram, assim, os novos Audi Q RS e-tron e a Toyota Hilux GR DKR, engenhos impressionantes que deixaram a sua marca no deserto saudita. Os primeiros não ganharam a prova, mas depois de uma primeira semana com muitos problemas, conseguiram quatro vitórias em etapas e colocaram um carro (Mattias Ekstrom) no Top 10.A Toyota ganhou, pela segunda vez, o Dakar – após um ano em que ganharam o WEC, Le Mans e Mundial de Ralis – com Nasser Al-Attiyah a conquistar a sua quarta vitória na prova, primeira na Arábia Saudita e a Hilix GR DKR a revelar-se, verdadeiramente, imparável.A Prodrive renovou o Hunter e trouxe três carros com Sebastien Loeb, Nani Roma e Orlando Terranova. Apenas Loeb conseguiu exibir o potencial do carro pago pelo Bahrain, tentando discutir a vitória com Al-Attiyah, mas sendo empurrado para o segundo lugar com furos e problemas mecânicos. Terranova ficou à porta do pódio e Nani Roma afundado na classificação final.Miguel Barbosa conheceu muitos problemas nos primeiros dias de prova com a Toyota Hilux V8 da Overdrive e obrigado a andar no meio dos camiões e dos motards mais lentos, perdeu demasiado tempo fechando a prova num cinzento 35º lugar.O piloto britânico Sam Sunderland com a sua segunda vitória no Dakar, deu o primeiro sucesso à GasGas, marca espanhola que pertence ao grupo KTM. A luta foi sendo renhida ao logo da prova, mas erros de navegação decidiram quase tudo, pois quedas de alguns dos favoritos e problemas mecânicos para outros, como o vencedor de 2021, Kevin Benavides esculpiram o resultado final.Destaque para a armada portuguesa que foi e veio à Arábia Saudita sem baixas! Joaquim Rodrigues (Hero) foi o melhor da casa indiana ficando no 14º lugar final, assinando pelo caminho uma vitória em etapa dedicada a Paulo Gonçalves, o seu cunhado e amigo. No 21º lugar ficou António Maio (Yamaha), enquanto Rui Gonçalves levou a Sherco oficial até ao 24º posto depois de uma odisseia de problemas.Alexandre Azinhais (KTM) terminou a sua participação em 69º, com Arcélio Couto (Honda) e Pedro BIachi Prata (Honda) a regressarem a casa com um 80º e um 105º posto, respetivamente.Destaque final para Mário Patrão. Levando a sua KTM sem assistência, contando apenas com o que tinha numa caixa de alumínio, foi 42º classificado e o sexto melhor entre os concorrentes “Original by Motul”, sem assistência.Os anteriormente conhecidos como “aranhiços” estão a ganhar peso no todo o terreno. Este ano dividiram-se em duas classes e nos mais poderosos T3 (ou LW Proto) a vitória foi para Francisco “Chaleco” Lopez venceu pela segunda vez o Dakar, primeira com os T3, mas o destaque foi todo para Seth Quintero. O norte americano perdeu toneladas de horas na segunda etapa, mas venceu 12 das 13 etapas da prova e bateu um recorde com 28 anos e que estava na posse de Pierre Lartigue. Quintero ganhou 12 etapas em 2022 com o seu OT3, Lartigue ganhou 10 em 1994 com um Citroen ZX Rally Raid. Cristina Gutierrez, vice-campeã do Extreme E com Loeb e a X44, terminou no pódio.Quando estavam a caminho de um merecido Top 10, os primos Mário e Rui Franco acabaram por terminar a prova no 13º posto. Uma injustiça imposta por uma avaria mecânica a poucas etapas do final.Nos SSV, a vitória foi para Austin Jones que no fôlego final bateu Gerard Farres Guell e Rokas Baciuska. Categoria que assistiu a uma excelente prestação de Luís Portela de Morais e David Megre, sempre entre os mais rápidos e felizes com um excelente 7º lugar á geral. Rui Oliveira e Fausto Mota fecharam a prova no 16º posto.Nota final para a vitória nos Quad para Alexandre Giroud, os quatro primeiros lugares entre os camiões para a Kamaz (com Dmitry Sotnikov a ganhar a prova), o 80º lugar da dupla João António de Almeida e Sousa e Luis Manuel da Costa Santos, na categoria Classics com o seu SsangYong Musso e, finalmente, o excelente 28º lugar de José Martins (acompanhado por Didier Belivier e Jeremie Gimbre) nos camiões ao volante de um Iveco Trakker.