Guarda
Está a decorrer, até ao dia 18 de Junho, o II Simpósio Internacional de Arte Contemporânea Cidade da Guarda (SIAC), que reúne 120 artistas de 15 países, que presta homenagem ao escultor e ceramista João Cutileiro. O evento, organizado pela Câmara Municipal da Guarda através do Museu, abriu as portas dia 1 de Junho, com a inauguração de uma exposição de desenhos de João Cutileiro, intitulada “João Cutileiro - 80 anos, 80 desenhos” e com o lançamento do vinho (branco e tinto) “Altium João Cutileiro”, produzido pela Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo.
Na abertura do SIAC não participou o homenageado, que esteve ausente por razões de saúde, tendo sido representado pela amiga Ana Paula Amendoeira que felicitou a Câmara Municipal “pela qualidade” e “pelo rigor do trabalho cultural” realizado na cidade. “Ele ficou muito reconhecido por esta atenção que a cidade da Guarda teve para com ele”, disse, acrescentando que era uma grande responsabilidade representar na cerimónia aquele que considera “um grande mestre multifacetado” e “uma figura maior da arte e da cultura portuguesas”. Na sessão inaugural do SIAC, o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, desejou rápido restabelecimento a João Cutileiro e afirmou que o artista “mostrou satisfação” por a Guarda lhe prestar a homenagem. Referiu que a segunda edição do SIAC “já é um sucesso”, pela importância que tem para o Município, pois permite afirmar o papel cultural da Guarda em termos nacionais e internacionais.
Ainda de acordo com Álvaro Amaro, o Simpósio tem quatro pilares fundamentais, que são a razão do seu sucesso: a democratização da cultura, a credibilização (da cidade), a originalidade e o envolvimento (participam criadores locais, nacionais e internacionais).
O evento inclui arte ao vivo, ateliês de pintura, escultura, serigrafia, exposições, oficinas de poesia visual, instalações, colóquios, palestras, recitais de poesia, apresentação de livros, um ciclo de cinema, documentários, música, urban art, entre outras actividades.
No mesmo dia, foi inaugurada a nova secção de Arqueologia do Museu da Guarda, que passou a estar equipada com o programa RED PAT Realidade Aumentada, que permite viagens virtuais a locais históricos da cidade e do concelho ali representados. O projecto foi liderado pela Direcção Regional de Cultura do Centro e também existe no Museu de Castelo Branco.
De acordo com o vereador da cultura, Victor Amaral, trata-se de “uma aplicação tecnológica inovadora, que permite aos visitantes descarregar nos seus telemóveis, nos seus tablet, aquela que será uma viagem virtual ao passado para a reconstituição daquilo que foram os ambientes arquitectónicos da nossa História como território”. “E creio que essa é uma ferramenta importante para, sobretudo, a abertura do Museu às novas linguagens tecnológicas, portanto, à disponibilidade dos seus conteúdos nas novas tecnologias e que, creio, essa é a missão principal desta nova tecnologia: atrairmos novos públicos, permitirmos que o Museu, em articulação com as escolas, permita esta viagem e esta interacção, com esta nova tecnologia”, disse.
O vereador considera que o projecto RED PAT Realidade Aumentada é “mais uma alavanca de afirmação do Museu da Guarda, na sua relação com as novas gerações, particularmente, porque é um trabalho que tem que ser feito”. A ferramenta tecnológica permite que os visitantes “possam descarregar uma aplicação própria” e, depois, aproximando o telemóvel ou o tablet de uma fotografia, ela “transforma-se automaticamente numa viagem ao passado”, de acordo com Victor Amaral. O autarca deu o exemplo da estação Arqueológica do Mileu, com os visitantes a terem possibilidade de fazerem uma visita virtual às ruínas do sítio arqueológico e a terem uma visão daquilo que foram no período romano e como é que eram em termos arquitectónicos.